Responsável pelo departamento de operação e marketing do TikTok na América Latina, Kim Farrell, esteve na Rio Innovation Week, em um painel sobre comunidades digitais e criatividade. — Foto: Raoni Alves / g1 Rio
Com mais de 1 bilhão de usuários ativos no planeta, o TikTok é uma potência para os criadores de conteúdo que trabalham no Brasil. Nesta sexta-feira (6), a responsável pelo departamento de operação e marketing da empresa na América Latina, Kim Farrell, esteve na Rio Innovation Week, em um painel sobre comunidades digitais e criatividade.
Diante de um público atento, a norte-americana deu dicas sobre como monetizar vídeos na plataforma e falou sobre estratégias de engajamento que podem ajudar a alavancar perfis e contas bancárias.
Entre as dicas de Farrel estão:
- Pensar no engajamento e poder de conexão com os públicos do conteúdo;
- Testar até achar seu público, sua linguagem e entender as ferramentas;
- Nem sempre conteúdos com equipamento e edições profissionais são os que vão viralizar mais;
- Vídeos que não dependem da figura do criador também tem potencial de monetizar
Farrel começou explicando que, para ela, o mais importante é trabalhar pelo engajamento.
"Dá pra você construir novos negócios de fato e para criador de conteúdo também. A gente tem ferramentas de monetização para criadores de conteúdo. A gente tem o Programa Criativo Beta, para você monetizar vídeos com mais de um minuto, a gente tem o TikTok Series, onde tem assinatura paga, a gente tem uma plataforma que conecta as marcas com os criadores, tem várias formas para os criadores e as marcas", comentou Kim Farrell.
"O importante é que a plataforma não é necessariamente sobre o número de seguidores que um perfil tem, mas sim sobre o engajamento, sobre a conexão. O mais legal do TikTok é a microcultura, são essas micro comunidades", completou.
No começo do papo no Píer Mauá, no Centro do Rio, Kim apresentou os quatro pontos fortes do TikTok: Entretenimento; personalização; comunidade; e autenticidade.
"O TikTok na verdade não é uma rede social. É uma plataforma de conteúdo e entretenimento que tem funções de rede social. O principal diferencial é o conteúdo. (...) É uma experiência pessoal", disse a executiva.
Kim Farrell, executiva do TikTok — Foto: Raoni Alves / g1 Rio
Outra dica para quem quer bombar no TikTok é testar. Segundo Kim, o criador tem que encontrar sua linguagem, que vai falar diretamente com seu público.
"Você tem que testar, tem que trabalhar sua linguagem. Você pode pegar referências, dicas, entender assuntos, saber o que ta sendo falado, mas você tem que começar a construir. Não existe uma fórmula mágica do TikTok. É realmente testar, achar seu público, sua linguagem, entender as ferramentas. Obviamente, quando você começa a ter uma rotina, uma base, ai as estratégias são outras. Mas no início é conectar um com o outro", analisou.
Outra preocupação para quem ta começando é em relação a qualidade do conteúdo. Kim Farrell acredita que nem sempre o equipamento utilizado e produto final precisam ser os melhores possíveis. Para ela, o amadorismo também é capaz de dar resultado.
"Às vezes os conteúdos mais espontâneos, mas amadores, mas autênticos são os melhores. Claro que você pode também ter estratégias de postagem, mas nem sempre você precisa ter a edição perfeita, a melhor câmera e etc.", orientou.
Vídeo sem exposição, lives NPC e virais
O público que acompanhou a palestra de Kim Farrell manteve a atenção em cada ponto da exposição e uma das maiores curiosidades, a pergunta de R$ 1 milhão, como ela mesma definiu, era: Como viralizar no TikTok?
Como era esperado, a executiva disse que essa pergunta não tem uma única resposta, ou uma "fórmula mágica". Contudo, ela orientou os presentes a abusarem de hashtags, buscarem nichos e tentarem seguir tendências, mas sem deixar a criatividade de lado.
"Eu nunca vou poder prever que determinado vídeo vai viralizar. O que eu posso falar é que tem certas comunidades que são mais engajadas, certas hashtags que funcionam mais. Não existe uma fórmula, existem tendências, comunidades e linguagens que funcionam mais. Na moda, por exemplo, mostrar vários looks de um mesmo estilo é ótimo porque as pessoas salvam para ver depois. Viagens com guias de locais, restaurantes, as pessoas assistem várias vezes, mas isso tudo depende muito do seu nicho", explicou Farrell.
Outra dica interessante para os criadores, é sobre os vídeos onde os produtores não aparecem. Segundo Kim, esse tipo de vídeo, que não depende a figura do criador também tem potencial de monetizar no longo prazo.
"Não precisa mostrar a cara para fazer sucesso. Não precisa se expor, se esse não for o seu estilo de conteúdo. Tem muito conteúdo que só mostra a mão da pessoa, que são filmes, são em POV (primeira pessoa). Tem muitos que fazem arte, comida, dicas de viagem, dicas de finanças, tudo feito sem mostrar a cara. Isso não é uma barreira", garantiu.
Outro tema que causou alvoroço foi sobre as lives NPC, quando influenciadores imitam personagens de games e usam vozes infantilizadas para se comunicar e recebem dinheiro como recompensa.
A norte-americana foi perguntada sobre a possível interferência do TikTok nessas lives NPC. Kim não quis dar muitos detalhes, mas explicou que a plataforma não tem interesse em interferir no conteúdo das lives, mas que as diretrizes da empresa precisam ser seguidas.
"A gente só faz a moderação de conteúdo quando vai contra o nosso guia de comunidade. Não necessariamente o formato de uma live vai provocar alguma moderação. A preocupação é se estão dentro de nossas diretrizes. Essas lives, por exemplo, pode ser que tenha alguma coisa que tenha sido moderada por não seguir essa linha e não necessariamente por ser NPC".
Cuidados com a publicidade
O TikTok é conhecido por não exibir muitas propagandas, como acontecem com outras plataformas. Para a produtora de conteúdo Thallita Flor, dona da série 'Mais um Dia no Barraco', com mais de 800 mil seguidores, o material publicitário precisa seguir a mesma linha do perfil. Na opinião dela, se o usuário não perceber que a produção é uma propaganda, melhor ainda.
"Ninguém entra para ver propaganda. Até porque não é só sobre ganhar dinheiro. Eu gostei de determinado produto e quero oferecer ele para você. Quero fazer isso de uma maneira divertida", disse Thallita.
"A pessoa que ta no TikTok não quer ser interrompida por publicidade. Tem que ser muito integrado no feed da pessoa, fazer parte da experiência. E ninguém sabe criar melhor uma publicidade no TikTok do que os criadores de conteúdo", completou Kim.
Thallita Flor é produtora de conteúdo, com mais de 800 mil seguidores — Foto: Raoni Alves / g1 Rio
Thallita Flor também participou do painel com Kim Farrell e a atriz Vanessa Pascale, no Rio Innovation Week, nesta sexta. Ela contou sobre sua experiência e orientou os novos produtores.
A produtora lembrou que entrou no Tiktok sem acreditar que daria certo, segundo ela por já se considerar "velha" para a plataforma.
"Eu achava que não tinha mais idade para isso. Estou ficando velha. Sou uma idosa de 80 anos, no corpo de 28. Eu achava que não era mais pra mim, mas quebrei a cara. Baixei o Tiktok e me senti muito acolhida ali, na época da pandemia. E foi uma forma de me conectar".
A série criada por Thallita atualmente é sucesso na plataforma. Mas ela não esperava que fosse virar tão rápido.
"Eu lancei primeiro em outra plataforma e não ia lançar no Tiktok. Até que um amigo me convenceu. Ele falou que lá entrega muito e tal. Ai eu postei e fui dormir. Quando eu acordei tinha mais de 1 milhão de visualizações. Foi bizarro porque ninguém me conhece aqui (no Tiktok). Foi uma identificação muito forte e desde então não parou mais. As pessoas foram se sentindo cada vez mais dentro da minha rotina, querendo acompanhar, querendo ver e foi assim, meio por acaso", explicou Thalita.
Como ganhar dinheiro no TikTok? Programa Marketplace de Criadores é a dica
Como ganhar dinheiro no TikTok? Programa Criativo Beta paga por vídeos com mais de 1 min
Como ganhar dinheiro no TikTok? Saiba como ganhar presentes virtuais em vídeo e lives