11/12/2015 14h13 - Atualizado em 11/12/2015 15h01

'PF virou minha vida do avesso', diz Pezão sobre delação de Yousseff

Doleiro confirmou doação de R$ 30 milhões para campanha do governador.
Pezão voltou a negar ter recebido dinheiro da Petrobras.

Marcelo ElizardoDo G1 Rio

Pezão garante que o governo tem feito cortes (Foto: Fernanda Rouvenat/G1)Pezão voltou a negar doações à sua campanha em 2010 (Foto: Fernanda Rouvenat/G1)

O governador Luiz Fernando Pezão afirmou que a Polícia Federal "virou sua vida do avesso e pediu o arquivamento" de seu inquérito na Operação Lava Jato, nesta sexta-feira (11). A declaração aconteceu em resposta à delação premiada do doleiro Alberto Youseff, que confirmou doações não declaradas de R$ 30 milhões da Petrobras para a campanha de Pezão, então vice de Sergio Cabral, ao governo do estado em 2010.

 

O dinheiro teria sido doado por Paulo Roberto Costa, ex-coordenador de infraestrutura da Petrobras, que já havia revelado a informação em fevereiro. Durante cerimônia pelo Dia do Ministério Público, no Rio, Pezão voltou a dizer que não conhece Alberto Yousseff e que está à disposição da Justiça para prestar esclarecimentos.

"Acho lamentável a gente ficar exposto. Eu me indigno muito, mas me coloquei à disposição da Justiça. Prestei todos os esclarecimentos e o que precisar confio muito na Justiça. Não existiu essa conversa. A Polícia Federal investigou a minha vida e a do Sergio (Cabral). Virou do avesso e pediu o arquivamento", disse o governador.

O caso foi, de fato, arquivado a pedido da Polícia Federal, em setembro deste ano. Paulo Roberto havia afirmado, em fevereiro, ter se encontrado com Cabral e Pezão para negociar uma doação de campanha de R$ 30 milhões. Yousseff, na última quinta-feira (10), confirmou que Paulo Roberto realizou as doações. Pezão afirmou que não tem medo do inquérito ser reaberto, após a delação do doleiro.

"Não (teme), porque ele já falou 10 vezes. Ele não conhece a gente, falou isso ontem no depoimento. Quem assistiu viu, ele falou que não conhece ao Sergio e nem a mim. Nunca tive conversa com essa quadrilha. O Paulo Roberto eu conheço. Era coordenador de infraestrutura. Tive diversas reuniões com ele sobre o Comperj", completou Pezão.

Por meio de nota à imprensa, Cabral disse reiterar "indignação" por ter o seu nome envolvido no caso. A assessoria de imprensa de Pezão informou que o atual governador do Rio de Janeiro disse que as informações prestadas por Costa não são verdadeiras, que refuta as informações dadas por Youssef e que está à disposição da Justiça.

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