17/06/2013 18h38 - Atualizado em 17/06/2013 18h38

No Rio, Paes defende manifestações, mas não comenta ação da PM

Prefeito não acredita que protestos atrapalharão Copa das Confederações. Ele afirmou que o serviço de transporte no Rio é 'muito ruim'.

Vicente SedaGloboesporte.com

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, comentou nesta segunda-feira (17), em seminário de negócios do futebol em um hotel na Zona Sul do Rio, sobre os protestos contra o aumento das tarifas do transporte público que têm ocorrido na cidade. Ele se esquivou das perguntas sobre a ação da polícia, que vem recebendo críticas pela violência, e afirmou que é uma questão a ser questionada ao governador do Rio, Sérgio Cabral.

Paes disse ainda que o papel de reprimir uma eventual ação equivocada da Polícia Militar é do governo estadual e que a Prefeitura se limita a manejar o trânsito para que os protestos tenham o menor impacto possível na rotina da cidade. Ele disse não acreditar que as manifestações atrapalharão o andamento da Copa das Confederações.

"Não, acho que não [vai interferir na Copa das Confederações), porque não é o objetivo de quem está protestando atrapalhar. Querem mostrar seu ponto, mas sabem da importância desses eventos para a cidade. Mesmo quem é contra sabe da importância dos eventos, de quem vai ao evento e comprou ingresso. É natural que o protesto tenha impacto, mas é mais natural ainda que se permita que as pessoas protestem de forma ordenada no espaço público. A polícia, aí é um comentário para o governador. Do ponto de vista da cidade, o que a gente faz é manejar para que o transtorno, especialmente no trânsito, para a cidade seja o menor possível. Na semana passada, o protesto ocorreu com tranquilidade e no final, grupos que não representam a maioria, foram pixar, quebrar, mas isso não é a maioria. Então acho que a polícia agiu muito bem", disse o prefeito.

Questionado sobre o aumento de tarifas, ele se defendeu. Mas não deixou, em parte, de dar razão aos manifestantes. Na sua visão, o maior problema não é a tarifa, mas o serviço oferecido aos cariocas.

"O bilhete único é um dos mais baratos do Brasil e não tem subsídio nenhum, não dou dinheiro para empresário. Tem uma desoneração de imposto. O grande desafio do Rio no transporte é melhorar a qualidade do serviço. O serviço é muito ruim, a população tem razão de reclamar. Os esforços que estamos fazendo são para melhorar o sistema que de fato é muito ruim, não vejo só a questão da tarifa. Acho que é um movimento legítimo. Mas claro que há grupelhos eleitorais, marginais, que querem se aproveitar, mas tenho certeza que a maioria não é de gente partidária, que esteja ali para fazer política eleitoral. A Prefeitura está sempre aberta ao debate. A pauta partidária eu discuto na eleição", acrescentou Paes.

Indagado sobre a repercussão internacional das manifestações e especialmente da ação da polícia, ele rebateu:

"O mundo inteiro tem protesto. Em Londres, um ano antes o pau quebrou e a Olimpíada aconteceu normalmente. Acho que a gente tem de parar com essa mania no Brasil de achar que protesto, manifestação democrática...acabou essa época de golpe, o Brasil é uma democracia consolidada", disse.

Paes também foi questionado a respeito do confronto ocorrido neste domingo, antes da partida entre México e Itália.

"Prefiro não comentar porque eu não acompanhei, não tenho as circunstâncias, estava dentro do Maracanã, não recebo esse informe. A polícia tem de entender, como nós, que manifestações democráticas tem de ser permitidas, não deve deixar de jeito nenhum que se agrida as pessoas, que se deprede o patrimônio público, mas manifestação é perfeitamente natural", finalizou.

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