12/06/2012 18h15 - Atualizado em 12/06/2012 18h43

Familiares reconhecem as vítimas do acidente que matou 15 pessoas no PR

Corpos devem ser liberadas no fim da tarde desta terça-feira (12).
Acidente aconteceu entre Nova Laranjeiras e Guaraniaçu, no oeste do PR.

Cassiane Seghatti e Samuel NunesDo G1 PR

Parentes chegaram de várias cidades para fazer o reconhecimento das vítimas (Foto: Cassiane Seghatti/G1)Parentes chegaram de várias cidades para fazer
o reconhecimento das vítimas
(Foto: Cassiane Seghatti/G1)

Parte dos familiares das vítimas do acidente que matou 15 pessoas e deixou duas feridas na manhã desta terça-feira (12), na BR- 277, entre Nova Laranjeiras e Guaraniaçu, no oeste do Paraná, chegou ao Instituto Médico-Legal (IML) de Cascavel, por volta das 15h.

Das 15 vítimas, 14 estão no IML. Apenas o corpo do motorista do caminhão está no IML de Guarapuava. Os corpos das vítimas, que eram de Carambeí, Castro e Ponta Grossa, devem ser liberados até o fim da tarde.

O administrador de imóveis, Valdir Favarin, 60 anos, estava no IML para reconhecer os corpos dos primos, Marta Favarin Silva e do marido dela, Mizael Silva. Em entrevista ao G1, ele contou que os primos faziam esse trajeto toda semana para ir ao Paraguai comprar mercadorias para revender. O dinheiro que obtinham era usado, principalmente, para pagar a faculdade dos filhos. “Eu já havia aconselhado várias vezes para que eles mudassem de profissão, mas diziam que iriam parar somente quando terminassem de pagar as faculdades dos filhos”, conta.

Márcio Rodrigo Siona, de 24 anos, viajou quase 350 quilômetros, de Irati a Cascavel, para reconhecer o corpo do amigo e colega de trabalho, Jonatan Alvez Gonzaga. De acordo com Siona, o rapaz, de 20 anos, fazia compras no Paraguai há seis meses. “Ele ia para comprar produtos de informática”, explica.

Como a notícia chegou
Favarin mora em Cascavel e ficou sabendo do acidente pela imprensa. “É muito triste saber disso. Eu me dava muito bem com eles”. Ainda em Castro, Mayara Marinho, cunhada de Carlos Zaremba, também vítima do acidente, diz que a informação foi passada por amigos.

Zaremba também fazia a viagem ao Paraguai constantemente. Aos 27 anos, ele deixou dois filhos, um de seis e outro de três anos. “Era uma pessoa boa, trabalhador”, lembra Mayara Marinho, cunhada de Carlos.

Caminhão estava carregado com quase 400 kg de maconha (Foto: Radiodifusão Campo Aberto,  Priscila Luparelli/RPC TV e Ivan Souza/RPC TV)Caminhão estava carregado com quase 400 kg de maconha (Foto: Radiodifusão Campo Aberto, Priscila Luparelli/RPC TV e Ivan Souza/RPC TV)

Entenda como aconteceu o acidente
A batida aconteceu por volta das 3h na BR-277. Ainda segundo a PRF, o motorista do caminhão perdeu o controle da direção, invadiu a pista contrária e bateu de frente com a van, que levava 15 turistas para fazer compras em Foz do Iguaçu, também na região oeste. Quatorze pessoas morreram após a colisão. O condutor do caminhão chegou a ser socorrido, mas morreu a caminho do hospital. Dois ocupantes da van sobreviveram e estão internados Hospital Municipal São Vicente de Paulo, em Guarapuava.

Segundo um boletim médico divulgado durante a manhã, um deles, de 15 anos, corre risco de morte. O outro ferido tem 25 anos e tem o quadro clínico estável. Os dois deram entrada no pronto-socorro com traumatismo craniano. A pista ficou parcialmente interditada por aproximadamente oito horas, segundo a PRF.

De acordo com a polícia, o caminhão estava carregado com 497 quilos de maconha e produtos contrabandeados. As mercadorias ilegais estavam escondidas sob uma carga de toras de madeira.

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