Amber Heard foi condenada por difamação e terá que pagar US$ 10 milhões a Jhonny Depp — Foto: Evelyn Hockstein/Pool/Reuters
A atriz Amber Heard diz que chegou a um acordo com o seu ex-marido, o ator Johnny Depp, depois de perder o processo por difamação, encerrado em junho, nos Estados Unidos. O comunicado foi publicado em seu perfil no Instagram nesta segunda-feira (19).
Amber e Depp, que foram casados entre 2015 e 2017, se processavam mutuamente por difamação. O ator processou a atriz em US$ 50 milhões (cerca de R$ 250 milhões), em relação a um artigo de 2018 escrito por ela no jornal "Washington Post" sobre ser uma sobrevivente de abuso doméstico. Por sua vez, a atriz o processou em uma ação em que pediu US$ 100 milhões (R$ 500 milhões).
Em um longo texto publicado em sua rede social nesta segunda-feira, ela diz que foi uma "decisão muito difícil de resolver". "É importante para mim dizer que nunca escolhi isso”, disse no post no Instagram. "Eu defendi minha verdade e, ao fazê-lo, minha vida como eu a conhecia foi destruída."
Amber Heard diz que fez acordo com Johnny Depp — Foto: Reprodução/Instagram/AmberHeard
A atriz continuou o comunicado criticando a difamação que enfrentou nas redes sociais durante todo o julgamento, que foi documentado e caricaturado pelos fãs do ator.
Amber, que também foi acusada de violência doméstica durante o julgamento, diz que sua decisão de resolver o caso não é "um ato de concessão" ou uma admissão de culpa.
Amber Heard fez uma série de posts para falar que fez acordo com Johnny Depp, após perder processo nos EUA — Foto: Reprodução/Instagram/Amber Heard
"Não há restrições ou piadas com relação à minha voz daqui para frente", afirmou ela, enfatizando que tomou essa decisão depois de perder a fé no sistema legal americano.
"Eu tomo esta decisão tendo perdido a fé no sistema jurídico americano, onde meu testemunho desprotegido serviu como entretenimento", diz.
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Ao longo do julgamento, o ex-casal descreveu aos jurados lados diferentes de seu relacionamento, que começou no set do filme "Diário de um Jornalista Bêbado", de 2011. Os dois se casaram em fevereiro de 2015, e afirmaram que ambos eram vítimas de abuso físico do outro.
Em maio de 2016, Heard entrou com um pedido de ordem de restrição temporária após um incidente em seu apartamento no centro de Los Angeles, onde a atriz disse aos jurados que Depp jogou um telefone nela.
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Ela também falou sobre o tratamento que recebeu do sistema jurídico do Reino Unido. Cerca de dois anos atrás, Depp perdeu um caso de difamação contra o jornal britânico "The Sun", que o rotulou de "espancador de esposas". Um juiz da Suprema Corte de Londres decidiu que ele havia agredido Heard repetidamente.
Amber diz que durante esse julgamento de 2020, ela foi amparada "por um sistema robusto, imparcial e justo, onde fui protegida de ter que dar os piores momentos do meu testemunho na frente da mídia mundial, e onde o tribunal considerou que sofri violência doméstica e sexual".
Johnny Depp acena para os fãs ao deixar o tribunal de Fairfax, na Vírginia, nesta quinta (26) — Foto: Brendan Smialowski / AFP
Em comparação, ela disse que o caso da Virgínia, nos EUA, "esgotou quase todos os meus recursos antes e durante um julgamento" que ela disse ter excluído as principais evidências que provavam suas alegações "e em que a popularidade e o poder importavam mais do que a razão e o devido processo".
Em julho, ela entrou com uma apelação para recorrer da decisão do julgamento. No entanto, agora, diz que não teria condições de reviver todo o processo, o qual considera ter sido humilhada.
"Simplesmente não posso passar por isso pela terceira vez", afirmou. "Não posso bancar uma conta impossível – uma que não é apenas financeira, mas também psicológica, física e emocional."
"As mulheres não deveriam enfrentar abuso ou falência por falar a verdade, mas infelizmente não é incomum."
Fãs de Johnny Depp na porta do tribunal na Virgínia nesta quarta (26) — Foto: Brendan Smialowski / AFP
Ao tomar a decisão pelo acordo, a atriz diz que está escolhendo a liberdade e o tempo para ajudá-la a se recuperar após o divórcio e seguir em frente.
"Não serei ameaçada, desanimada ou dissuadida de falar a verdade pelo que aconteceu", afirmou, antes de agradecer a seus apoiadores e equipe jurídica. "Ninguém pode e ninguém vai tirar isso de mim. Minha voz permanece para sempre o bem mais valioso que tenho."
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