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Por Gustavo Petró


'Prince of Persia: The Lost Crown' traz aventura com bom desafio — Foto: Divulgação/Ubisoft

"Prince of Persia" é uma das séries mais icônicas dos videogames, mas ela estava um pouco esquecida. Agora, 2024 pode marcar o grande retorno da franquia com "Prince of Persia: The Lost Crown", que chega em 18 de janeiro para Xbox Series X e S, PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC.

O estilo do jogo remete ao título clássico, mas a pegada é mais moderna, tendo como inspiração um estilo de jogo "metroidvania", de jogos como "Metroid" e "Castlevania. O g1 jogou o game.

Nos games com estilo "metroidvania" (união dos nomes desses dois games), que se popularizaram durante a era 8-bit e que fazem muito sucesso até hoje, as missões exigem explorar o mapa em busca de habilidades novas. Há locais onde não é possível seguir naquele momento, mas, ao conseguir um poder novo, por exemplo, o personagem consegue avançar por pontos onde antes ele não conseguiria. E o encaixe dessa temática caiu como uma luva para a franquia "Prince of Persia".

Lá atrás, na década de 1980, "Prince of Persia" inovou a usar a técnica de rotoscopia (que é gravar atores realizando os movimentos e depois levá-los para dentro do jogo) para deixar o personagem mais realista no jogo original. Décadas depois, trouxe uma aventura com visual 3D que fez muito sucesso no PlayStation 2 e Xbox, "Prince of Persia: The Sands of Time", que se transformou até em filme. Depois, a franquia até tentou, mas não conseguiu encantar da mesma maneira.

"The Prince of Persia: The Lost Crown" tenta mudar isso. É uma aposta bem interessante da Ubisoft. Jogar o game é como fazer um brinde ao passado da série. O visual em 2D, tal qual os jogos da qual se inspira, é repleto de vida e detalhes, instigando o jogador a fazer o que mais se faz nos jogos do gênero: explorar.

Logo no começo da história está evidente que o game é um "metroidvania". Sargon, o herói do jogo, passa por diversos locais no Monte Qaf, local da aventura, que não consegue acessar. Apenas quando ele consegue obter o arco-e-flecha é que outros recursos ficam disponíveis: ao atirar em locais específicos, plataformas são ativadas e portas podem ser abertas.

Os combates são rápidos e exigem destreza do jogador — Foto: Divulgação/Ubisoft

Ação e precisão

Assim que o jogo começa já temos que colocar as espadas de Sargon para lutar. As batalhas usam ataques e habilidades e, logo, fica evidente o quanto o “parring”, ou seja, defender-se, pressionando o botão no momento certo, é importante. Este elemento deve ser usado ao longo de todo o game, principalmente contra os chefes.

Este movimento permite que o jogador se defenda ao mesmo tempo que faz o inimigo baixar a guarda, permitindo iniciar um ataque. Alguns adversários só podem ser eliminados usando este recurso. "The Lost Crown" ainda tem inimigos que disparam flechas e projéteis. O jogador pode rebater estes ataques apenas com o "parring".

Junto com este movimento, a esquiva também é muito utilizada para escapar das investidas inimigas. Saber usar essas duas habilidades com precisão é essencial para conseguir eliminar os seres mais poderosos.

Para explorar os cenários em busca dos caminhos para avançar em Monte Qaf é necessário usar e abusar dos pulos e habilidades de Sargon. Ele tem pulo duplo, consegue deslizar pelas paredes, avançar rapidamente pelo ar para evitar armadilhas e buracos e muito mais. Além disso, ele vai recebendo novos truques conforme vão encontrando durante a exploração.

Os combates também não deixam a desejar. São golpes precisos para confrontos de perto que, quando utilizados com a esquiva e o “parring” criam uma luta intensa e satisfatória. Os inimigos foram bem desenvolvidos e não "aceitam" apenas receber golpes desferidos com o jogador pressionando o botão de ataque freneticamente. Os ataques precisam ser bem calculados e combinados com os outros movimentos para que os adversários sejam eliminados com eficácia.

Cada inimigo e chefe possui uma característica única que faz ser necessário uma dose de estratégia nas batalhas. É extremamente recomendado passar pelos testes de habilidades que um dos personagens amigos de Sargon fornece para aprender os golpes e combinações. Diferentemente de outros tutoriais, geralmente chatos, ele é bastante divertido e desafiador.

Agora, o que acontece quando você errar o tempo certo deste contra-ataque? Sargon fica vulnerável e bastam poucos golpes para que ele morra rapidinho. A velocidade do herói também tem que ser levada em conta como um benefício para vencer os desafios. O segredo é não ficar parado.

Morrer é em "The Lost Crown" é normal e muitas batalhas e armadilhas vão exigir diversas tentativas de erro e acerto para seguir em frente. Porque, claro, apenas tentando que se descobre como atravessar locais com armadilhas, espinhos e inimigos da maneira mais eficiente. Mas não se preocupe, quando isso acontecer, o personagem volta para um local bem próximo para tentar tudo mais uma vez.

O game também exige muita habilidade no momento de saltos para evitar armadilhas em Monte Qaf — Foto: Divulgação/Ubisoft

Exploração intensa

Uma boa parte de "Prince of Persia: The Lost Crown" é a exploração do mapa. Há muito o que encontrar e muitos locais para onde se pode ir em Monte Qaf, um local gigantesco. Neste ir e vir para obter as habilidades necessárias para ir para locais inacessíveis, além dos combates, o jogador terá que ser bastante preciso nos pulos entre plataformas. Há muitas armadilhas pelo caminho e o game não facilita nem um pouco a vida de Sargon.

As armadilhas vão exigir o uso de pulos duplos e de usar as paredes como apoio para saltar ainda mais longe e rápido. Em muitos momentos, estes desafios lembram um pouco "Celeste", o título que testa os reflexos a todo o instante.

Nos caminho de Monte Qaf, além de itens e de armas que vão ajudar no avanço, outros personagens serão encontrados que vão tanto dar mais detalhes da história quanto ajudar Sargon a descobrir os mistérios do lugar. Há, também, locais em que é possível comprar alguns itens para aliviar a dificuldade de alguns inimigos.

Como tudo é muito extenso e em muitos pontos o herói não consegue avançar, o game traz uma mecânica muito útil que permite fotografar (literalmente) um local ou ponto inacessível. Ao longo da aventura, é possível olhar essas imagens novamente para que o jogador possa tanto pensar em como chegar como também relembrar um caminho ou algo que deixou para trás.

Demorou, mas jogando "Prince of Persia: The Lost Crown" mostra, finalmente, que o rumo que pode fazer a franquia voltar a ser grande é este: um game 2D com muito desafio, combates rápidos e exploração. Ao mesmo tempo em que tudo é novo, a homenagem ao clássico de quase 40 anos está ali. O desafio pode ser grande para muitos que jogarem, mas vencer inimigos e atravessar áreas que antes pareciam impossíveis é muito recompensador. Que venham mais jogos de "Prince of Persia" com estas mecânicas.

Há muito o que explorar e o que encontrar em 'Prince of Persia: The Lost Crown' — Foto: Divulgação/Ubisoft

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