Coprodução entre Brasil e Inglaterra, o filme “Trash: A esperança vem do lixo”, escolhido para encerrar o Festival do Rio nesta terça-feira (7), estreia nas telonas nesta quinta (9). Reunindo estrelas nacionais e internacionais, a trama em tons de fábula tem o Rio de Janeiro como cenário, um megalixão cenográfico e retrata corrupção, pobreza e problemas sociais bem conhecidos dos brasileiros.
“O laboratório para fazer esse personagem é ler jornal. As histórias estão todas ali, diariamente”, diz ao G1 Selton Mello, que vive Frederico, um policial violento. (Veja acima a entrevistacom o ator, com Wagner Moura e com o direito Stephen Daldry).
Dirigido por Stephen Daldry, indicado ao Oscar por "As horas", "Billy Elliot" e "O leitor", o elenco também conta com Wagner Moura, que interpreta José Ângelo, um homem perseguido, Nelson Xavier, Stepan Nercessian e os norte-americanos Martin Sheen (de "Apocalypse now") e Rooney Mara (também indicada ao Oscar, por "Millennium: Os homens que não amavam as mulheres").
"Acho que o brasileiro tem uma tradição de retratar o país nos filmes que a gente faz, de ver as mazelas sociais brasileiras, e de alguma maneira somos refratários ao olhar estrangeiro de nossas próprias mazelas. Não acho que seja um filme político por excelência”, afirma Wagner Moura, acrescentando ao falar das críticas sociais retratadas no filme que o Brasil perdeu a oportunidade de ter uma eleição sem a polarização de PT e PSDB. “Gostaria particularmente de ter visto a Marina no segundo turno", declara.
(Veja ao lado a reportagem do Bom Dia Rio desta quarta sobre o filme.)
História
Adaptado do livro homônimo de Andy Mulligan, o longa acompanha a saga de três adolescentes que vivem em um lixão e encontram uma carteira. Por conter dados que podem incriminar um político corrupto, a polícia vai até o lixão procurar pelo objeto. Os jovens Rickson Tevez, da Rocinha, Gabriel Weinstein, da Cidade de Deus, e Eduardo Luis, de Inhaúma, são estreantes e foram escolhidos após seis meses de testes em comunidades.
"Eles são divertidos, sensíveis e rapidamente entenderam a dinâmica de uma filmagem, que é meio chata. Tem que fazer tudo três, dez vezes. Tem o lance do foco, mas eles rapidamente entenderam a dinâmica daquilo. Para mim também foi bom, o frescor que eles trazem acaba influenciando diretamente meu trabalho", afirma Selton Mello.