Legendado

Por Cláudia Croitor, G1

Eu só vi quatro episódios, ainda faltam mais quatro. Parei de ver para não gastar, não quero acabar logo. E, mesmo sem ter visto tudo (como mandam certos malas na internet), eu não quis esperar para vir aqui dizer para você: por favor, assista a “The Marvelous Mrs. Maisel” (ou “A Maravilhosa Sra. Maisel”, no título em português). Estreou no serviço de streaming da Amazon (Primevideo) no finzinho de novembro, mas veio a tempo de entrar na minha lista de melhores coisas deste ano tão lindo para as séries. É maravilhosa, como bem diz o título.

Sério: que série boa. Sabe série que é uma delícia de assistir? Então. É esperta, bem escrita, tem diálogos tão bons que dá um pouquinho de vergonha alheia de assistir a certas coisas por aí depois dela. “Mrs. Maisel” é a nova produção de Amy Sherman-Palladino, o cérebro por trás de “Gilmore Girls” (tem o trailer ao final deste texto).

A sra. Maisel, ou Midge, tem tudo o que uma mulher podia querer nos anos 50: um marido, dois filhos fofos, um apartamento lindíssimo em Nova York. Mas, um belo dia, seu marido avisa que está infeliz e vai embora; pior: para ficar com a secretária, clichê dos clichês. E é aí que ela, um pouco por acaso em meio a uma bebedeira, descobre um talento incrível para a comédia e começa a querer se transformar numa comediante de stand up, indo na contramão do que todo mundo, principalmente os pais conservadores e superprotetores, espera dela.

Só que estamos falando de 1958 – aliás, a produção não deve nada a um “Mad Men” da vida em termos de capricho - e não é fácil assim para uma mulher entrar no ramo da comédia. Nem é fácil assim sair falando qualquer coisa num microfone, com a polícia sempre a postos para prender quem não se encaixar nas normas da moral e dos bons costumes.

Vale lembrar que, em se tratando da criadora das garotas Gilmore, vamos encontrar aqueles diálogos rapidíssimos, aqueles personagens pitorescos e uma certa teatralidade em tudo, além de uma Nova York meio idealizada e idílica servindo como cenário. Mas nada disso é um defeito, muito pelo contrário. “Mrs. Maisel” é uma série encantadora e viciante. E Sherman-Palladino consegue escrever bem até os números de comédia apresentados em showzinhos de stand up que Midge começa a frequentar. É belíssimo.

Além de tudo, a protagonista, vivida por Rachel Brosnahan (aquela prostituta de “House of Cards”, lembra?) está genial no papel.

*

Então aproveita que chegou o final de semana e assiste. De nada.

Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!
Mais do G1