08/04/2016 22h11 - Atualizado em 08/04/2016 22h34

Deputados trocam ofensas em comissão do impeachment

Silvio Costa e Danilo Forte se chamam de 'imbecil' e 'palhaço' durante sessão.
Costa defendia governo e oposição questionou tempo extra para fala.

Nathalia Passarinho e Gustavo GarciaDo G1, em Brasília

Após cinco horas de sessão, a comissão do impeachment teve o seu primeiro bate-boca acalorado nesta sexta-feira (8), com troca de ofensas entre os deputados Silvio Costa (PT do B-PE) e Danilo Forte (PSB-CE), que se chamaram de “imbecil” e “palhaço”.

A discussão ocorreu após a fala de Silvio Costa, que é vice-líder do governo. Ao fazer o discurso, o deputado do PT do B  disse que a votação do relatório pela comissão do impeachment já estava vencida pelos favoráveis ao processo. Antes disso ele criticou o vice-presidente Michel Temer, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o relator do processo, deputado Jovair Arantes.

 

Alguns deputados oposicionistas se manifestaram e o presidente da comissão suspendeu o tempo de Sílvio Costa, pedindo silêncio para que o vice-líder do governo na Câmara pudesse continuar o discurso. Sílvio Costa pediu que fosse devolvido um minuto do seu tempo. O que gerou um princípio de discussão entre os parlamentares.

O deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), que é pastor evangélico, contestou, em voz alta, que fosse concedido mais um minuto para Sílvio Costa.

Sem adição de tempo, Sílvio Costa retomou o depoimento dizendo que nunca tinha visto um “pastor tão mal-educado” e disse que apesar da vitória da oposição na comissão do impeachment, em plenário, os oposicionistas não conseguiriam os 342 votos necessários para a continuidade do processo contra Dilma Rousseff.

Quando terminou sua fala, Sílvio Costa foi criticado por deputados oposicionistas e trocou acusações e ofensas com o deputado Danilo Forte, que chamou o vice-líder do governo de "palhaço". Silvio Costa respondeu chamando Danilo Forte de "imbecil" e de “ladrão da Funasa [Fundação Nacional de Saúde, vinculada ao Ministério da Saúde]".

Após o breve bate-boca, o presidente da comissão, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), deu a palavra para que Sóstenes  replicasse Silvio Costa, já que ele foi citado no discurso. “Destilam ódio e inveja o perdedor. Vossa excelência não respeita nem a fé dos seus colegas”, disse Sóstenes. “Eu fiquei três anos na Funasa e eu não tenho uma condenação. Fui eu que decidi sair do governo”, afirmou Danilo Forte, em seguida.

Reunião da comissão do impeachment
A reunião desta sexta da comissão foi marcada para debater o parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que é favorável à continuidade do processo de impeachment. Nas primeiras cinco horas de sessão, deputados governistas saíram em defesa de Dilma, enquanto parlamentares da oposição não pouparam ataques ao governo da petista.

Por um acordo entre os líderes partidários, a fase de discussões deverá ser encerrada às 3h da madrugada de sábado (9), independentemente de ainda haver deputados inscritos para falar.

A comissão tem 65 integrantes titulares e 65 suplentes. No entanto, mesmo quem não é membro pode falar, desde que tenha se inscrito. Pelas regras, os membros terão direito à palavra por 15 minutos e os não-membros, por 10 minutos. Os deputados favoráveis e contrários discursam alternadamente.

No total, houve 118 inscrições na lista de discursos, sendo 72 para falar a favor do processo de impeachment e 46, contra. Dois deputados se inscreveram duas vezes, uma para falar a favor e outra para falar contra - não está claro qual momento eles usarão para se pronunciar. Por conta disso, o número de parlamentares para discursar é de 116.

Na prática, é permitida a permuta entre os deputados para que possam ceder a vez para outros inscritos mais adiante e, assim, consigam saltar posições na fila. A votação ficará para a próxima segunda-feira (11), a partir das 11h, quando está agendada a sessão.

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