O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse nesta quarta-feira (14), após reunião com a diretoria da Petrobras, que os contratos da estatal com empreiteiras envolvidas na operação Lava Jato “estão de pé.” De acordo com ele, porém, essa situação pode mudar dependendo de informações que devem ser repassadas em breve por órgãos de controle como a Controladoria-Geral da União (CGU).
“Esses contratos estão de pé ainda, ainda dependendo da orientação que não é do ministério, muito menos da Petrobras. Dependemos, portanto, da AGU [Advocacia-Geral da União], da CGU, do Ministério Público Federal para que possamos ter um diagnóstico mais preciso e, a partir daí, então tomarmos algumas providências”, disse Braga.
No dia 29 de dezembro, a Petrobras anunciou que 23 fornecedoras citadas na operação Lava Jato da Polícia Federal como integrantes de um cartel seriam “temporariamente impedidas de ser contratadas e de participar de licitações da estatal". O comunicado foi enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
As fornecedoras são Alusa, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Carioca Engenharia, Construcap, Egesa, Engevix, Fidens, Galvão Engenharia, GDK, Iesa, Jaraguá Equipamentos, Mendes Junior, MPE, OAS, Odebrecht, Promon, Queiroz Galvão, Setal, Skanska, Techint, Tomé Engenharia e UTC.
As 23 fornecedoras foram citadas como participantes de cartel nos depoimentos do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, bem como nos depoimentos prestados no âmbito do acordo de delação premiada dos executivos Julio Gerin de Almeida Camargo, do Grupo Toyo, e Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, do Grupo Setal, segundo informou a Petrobras.
Plano de investimentos
O ministro informou que, durante a reunião, também foi discutido o plano de negócios e o plano de investimentos da Petrobras, “diante do cenário atual”, de queda no valor do petróleo.
Questionado se a empresa pode reduzir os investimentos por conta do cenário desfavorável, Braga disse que isso ainda não foi decidido.
“Ainda não estamos com esse cenário decidido, ainda estamos analisando”, afirmou ele, que pretende ter novas reuniões com a diretoria da Petrobras para tratar do assunto.