Por Vinícius Cassela, Delis Ortiz, Kellen Barreto, g1 e TV Globo — Brasília


  • O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que o grupo golpista 'chegou muito perto' de alcançar seus objetivos e que a Polícia Federal está 'decepcionada' com o envolvimento de um agente no caso

  • Ele destacou que é inadmissível agentes do Estado atentarem contra o próprio Estado

  • Na Operação Contragolpe, foram presos um policial federal e quatro militares do Exército suspeitos de planejar um golpe de Estado e as execuções de Lula, Alckmin e Moraes

  • Lewandowski mencionou que os golpistas seguiram de perto o ministro Moraes por semanas, e ficaram próximos de materializar o plano

  • Apesar disso, ele acredita que não houve falha das equipes de segurança

Ricardo Lewandowski em entrevista sobre o Caso Marielle — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta terça-feira (19) que o grupo golpista "chegou muito perto" de materializar intentos criminosos e que a Polícia Federal está "decepcionada" com o possível envolvimento de um agente da corporação no caso.

O ministro deu as declarações ao comentar a Operação Contragolpe, da PF, realizada na manhã desta terça-feira. A Polícia Federal é um órgão ligado ao Ministério da Justiça.

Lewandowski também disse ser "inadmissível agentes do Estado atentarem contra o próprio Estado".

Na operação desta terça, agentes prenderam um policial federal e quatro militares do Exército Brasileiro suspeitos de planejar, após as eleições de 2022, um golpe de Estado e as execuções do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e do vice Geraldo Alckmin.

"A Polícia Federal está decepcionada que um dos seus participou dessa tentativa de golpe de abolição violenta do estado democrático de direito e de organização criminosa", disse.

Lewandowski classificou os fatos como "extremamente preocupantes", uma vez que apontam que os suspeitos, "por muitas semanas, seguiram de perto o ministro Alexandre de Moraes".

"Realmente, [os golpistas] chegaram muito perto de materializar os seus intentos criminosos. [...] Em vários momentos, rondaram o apartamento funcional do ministro Alexandre de Moraes, certamente não tiveram a oportunidade de praticar esse pavoroso desígnio criminoso que eles estavam urdindo", declarou.

Apesar disso, o ministro disse acreditar que não houve "falha" por parte de equipes de segurança.

"Não se podia suspeitar que, possivelmente, um golpe de estado estivesse sendo urdido a partir do Palácio do Planalto. [...] Foi uma ação isolada, mas grave, de pessoas que estavam em postos de comando da República, em nível, inclusive, ministerial, se suspeita", afirmou.

Ele também disse que conversou com Lula sobre as revelações da Operação Contragolpe e que o petista ficou "estupefato" diante da trama golpista.

"Ele estava absolutamente surpreso e estupefato com a dimensão deste golpe. Ele não podia imaginar, inclusive, que ele poderia ser vítima fatal da ação desses agentes criminosos", disse.

Tentativa de golpe

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A Polícia Federal deflagrou nesta terça uma operação que revelou um plano de um policial federal e militares do Exército para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O plano foi traçado no fim de 2022, pouco antes de Lula e Alckmin, que venceram a eleição daquele ano, tomarem posse. Quatro militares do Exército e um agente da PF, envolvidos com a estratégia golpista e homicida, foram presos.

As informações sobre os preparativos para matar as autoridades e dar um golpe de Estado foram encontradas pela PF, com ajuda de um equipamento israelense, em celulares e computadores dos investigados.

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