07/07/2016 21h23 - Atualizado em 07/07/2016 22h14

Adversário e aliado de Cunha são os primeiros a protocolar candidaturas

Pinato foi relator de processo de Cunha; Carlos Gaguim é contra cassação.
Eleição para a presidência da Câmara está marcada para a próxima terça.

Gustavo GarciaDo G1, em Brasília

Os deputados Fausto Pinato (PP-SP) e Carlos Henrique Gaguim (PTN-TO) foram os primeiros parlamentares a protocolar candidaturas para a eleição que escolherá o próximo presidente da Câmara dos Deputados, prevista para ser realizada na próxima terça-feira (12). A informação é da Secretaria-Geral da Mesa da Câmara.

Fausto Pinato foi o primeiro relator do processo de cassação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no Conselho de Ética. Na ocasião, ele recomendou a continuidade do processo contra o peemedebista.

 

Pinato acabou substituído no colegiado por uma manobra de aliados do presidente da Câmara. Eles alegaram que Pinato não poderia ser relator porque, na época, pertencia ao PRB, partido que chegou a integrar o mesmo bloco do PMDB, partido de Cunha, no início da legislatura.

Já Gaguim é contrário à cassação do mandato de Cunha e chegou a substituir na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara o deputado Major Olímpio (SD-SP), que era a favor da cassação do ex-presidente da Câmara.

De acordo com a previsão do líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), de oito a dez deputados devem lançar candidaturas. Governistas têm receio de que um alto número de candidatos possa resultar em uma divisão da base aliada ao presidente em exercício Michel Temer.

Isso seria ruim para o Planalto que precisa de apoio para aprovar projetos da área econômica que são vistos como impopulares, caso da reforma da Previdência Social.

Em entrevista no Palácio do Planalto, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que, para o governo, é "indiferente" quem será o próximo presidente da Câmara, desde que ele seja de um partido da base de apoio do governo na Casa.

Renúncia e sucessão
Nesta quinta, Cunha foi à Câmara dos Deputados entregar sua carta de renúncia à Secretaria-Geral da Mesa. Com a decisão, a Casa tem o prazo de cinco sessões de plenário para realizar uma nova eleição.

Em decisão lida no plenário da Câmara, mais cedo nesta quinta, o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), marcou para quinta-feira (14) a escolha do novo presidente da Casa.

No entanto, aliados do presidente em exercício, Michel Temer, queriam maior celeridade na escolha do substituto de Cunha e pressionaram para que a sessão de eleição fosse antecipada para terça.

Após reunião nesta quinta, os líderes partidários da Câmara decidiram desautorizar Waldir Maranhão, e antecipar a eleição para escolher o sucessor do peemedebista. Assim, a eleição foi marcada para a próxima terça.

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