Durante sabatina no Senado, o indicado à 11ª cadeira do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, brincou com a quantidade de temas abordados na Constituição, que envolve desde o direito previdenciário, tributário e até questões relacionadas a crianças e adolescentes. Ao falar sobre o tema, ele criticou o número de emendas feitas ao conjunto de leis.
"[O número de] emendas é critico. Tem mais de 70. A Constituição é muito abrangente, tem temas demais. [...] A Constituição brasileira trata de tudo, só não traz a pessoa amada em três dias", disse Barroso, arrancando risos de senadores e jornalistas presentes.
O advogado constitucionalista Luís Roberto Barroso tem 55 anos e foi indicado pela presidente Dilma Rousseff para ocupar vaga de ministro do Supremo no fim de maio. A 11ª cadeira do tribunal está vaga desde novembro do ano passado, quando o ministro Carlos Ayres Britto se aposentou compulsoriamente ao completar 70 anos.
Para tomar posse, Barroso ainda precisa ter o nome aprovado na comissão e depois pelo plenário do Senado. Durante sua apresentação pessoal aos senadores, o jurista disse defender a "diversidade".
"Nós vivemos a época da tolerância, época em que se deve respeitar todas as possibilidades razoáveis de uma vida boa. A verdade não tem dono, existem muitas formas de ser feliz. Cada um é feliz à sua maneira, desde que não interfira na vida de outrem."
Depois, Barroso também disse que se declarará impedido de analisar a lei que trata da divisão dos royalties do petróleo por ter atuado como procurador do estado do Rio de Janeiro.
Ele também avaliou que o Supremo "endureceu" no julgamento do mensalão, tornando os entendimentos mais rígidos do que aqueles tomados em outros processos.