A pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (10) mostra que o governo tem de fazer o ajuste fiscal, mas preservando dos cortes benefícios e programas destinados aos pobres, saúde e educação. Essa é a leitura que o diretor da Quaest, Felipe Nunes, faz dos resultados do levantamento, compartilhada pela equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Além de ter mostrado a melhora na aprovação do governo, a pesquisa mostrou que a população aprovou os últimos discursos do presidente criticando os juros altos praticados pelo Banco Central e a sua defesa dos benefícios pagos à população de baixa renda e verbas para saúde e educação. “Lula ganhou pontos com sua narrativa, em defesa dos pobres e contra o sistema financeiro”, afirmou Felipe Nunes.
Segundo assessores de Lula, a pesquisa não pode ser vista também como um sinal verde para que Lula faça declarações que acabem desestabilizando o mercado cambial. Tanto que a mesma população que aprova as críticas presidenciais ao Banco Central avalia majoritariamente que a alta do dólar vai elevar os preços dos alimentos. Ou seja, a população aprova as críticas de Lula, mas intuitivamente sabe que isso também pode piorar o custo de vida.
Quaest: 54% aprovam trabalho do presidente Lula; 43% desaprovam
Segundo Felipe Nunes, este é o desafio para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fazer o ajuste fiscal preservando a população de baixa renda, com o que o ministro concorda. A equipe econômica chegou a avaliar desvinculação dos pisos da educação e saúde, além de desvincular alguns benefícios da Previdência Social do salário mínimo, mas o presidente vetou os estudos logo no início.
Diante da resistência de Lula, a equipe econômica decidiu fazer o ajuste, nesta primeira etapa, combatendo irregularidades e desvio no pagamento de benefícios da Previdência Social e do Benefício de Prestação Continuada (BPC). O governo acredita que apenas neste ano poderá economizar, com essas medidas, cerca de R$ 10 bilhões.