Blog do Camarotti

Por Gerson Camarotti, g1 e GloboNews — Brasíia


  • Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reúne com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para tratar de um cronograma de votação do pacote de corte de gastos.

  • Encontro ocorre por volta de meio-dia desta quarta, na Residência Oficial do Senado.

  • Também estarão presentes o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e líderes governo no Senado.

  • Objetivo do encontro é analisar como vai ser a votação do pacote de corte de gastos, que está sendo analisado pela Câmara.

  • E, a partir dessa análise, 'forçar' uma mobilização dos senadores na quinta (19) e na sexta (20).

  • Se não conseguirem votar tudo nesses dois dias, não está descartada a possibilidade de votação no sábado (21).

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acompanho do Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. — Foto: MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reúne com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, em um almoço por volta do meio-dia desta quarta-feira (18) para tratar de um cronograma de votação do pacote de corte de gastos no Senado. O encontro será na Residência Oficial do Senado.

Também estarão presentes o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e líderes governo no Senado como o senador Randolfe Rodrigues (PT-AL) e senador Jaques Wagner (PT-BA).

Pacote de Corte de gastos entra em votação de temas polêmicos

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O objetivo do encontro é analisar como vai ser a votação do pacote de corte de gastos, que está sendo debatido na Câmara, e "forçar" uma mobilização dos senadores na quinta (19) e na sexta (20).

🔎Se não conseguirem votar tudo nesses dois dias, não está descartada a possibilidade de votação no sábado (21).

O argumento dos líderes do governo é que o orçamento de 2025 só poderá ser votado depois de uma definição sobre a proposta que estabelece limite para o salário mínimo — que impacta o próprio orçamento.

Limite para o salário mínimo

Pela fórmula que está em vigor atualmente, o salário mínimo subiria dos atuais R$ 1.412 para R$ 1.527,71 a partir de janeiro do ano que vem, com pagamento em fevereiro. Com o arredondamento do valor, avançaria para R$ 1.528.

Entretanto, de acordo com a proposta de corte de gastos anunciada no fim de novembro, que ainda tem de ser aprovada pelo Congresso para ter validade, o governo quer limitar o crescimento do salário mínimo. Se contar com o aval do Legislativo, a alta real do salário mínimo, ou seja, acima da inflação, seria limitada a 2,5%.

Com isso, o salário mínimo subiria não para R$ 1.527,71, mas sim para R$ 1.517,34. Com o arredondamento do valor, subiria para R$ 1.517. Ou seja, haveria uma perda de R$ 11 por mês em 2025 para os trabalhadores, aposentados e pensionistas, além de mais R$ 11 para quem tem direito ao décimo terceiro salário.

Novas medidas no radar

Integrantes do governo e da própria equipe econômica já avaliam também a necessidade de, no início do próximo ano, apresentar novas medidas fiscais.

A percepção é que o pacote de corte de gastos não é suficiente, já que não inverte a curva de endividamento do Brasil, apenas ameniza o crescimento da dívida.

O próprio ministro da Fazenda já sinalizou nessa direção no fim do mês passado, em um evento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que o pacote de cortes de gastos "não é uma bala de prata" e que "pode ser que daqui a três meses esteja debruçado sobre as planilhas de gastos de novo".

"Se tiver algum problema de cálculo, nós vamos voltar para a planilha, vamos voltar para o Congresso, vamos voltar para o presidente da República, com a demanda que nós achamos que é a correta", disse o ministro na ocasião.

A percepção dentro do governo, pelo menos a torcida, é que a votação do pacote fiscal estabilize a volatilidade do dólar — que nesta manhã operou em alta e foi negociado próximo de R$ 6,15 por volta das 10h.

Diante da possibilidade de novas medidas, sabe-se que será necessário um esforço para convencer o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que é resistente a fazer corte de gastos.

Nesse contexto, o que se espera depois da votação do pacote fiscal — e de ver a recepção do mercado e do próprio Banco Central — é como iniciar um novo processo de debate interno visando novas medidas fiscais para que tenham também efetividade.

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