A 3ª Vara da Fazenda Pública de Campina Grande decidiu no final da tarde desta segunda-feira (14) que os agentes de combate ao mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya estão autorizados a entrar em todos os terrenos, prédios, casas e apartamentos fechados ou abandonados, mesmo sem a autorização dos proprietários. A decisão atende a um pedido feito pela Procuradoria Geral do Município.
Em Campina Grande são, pelo menos, 957 imóveis fechados na cidade, conforme dados da Prefeitura Municipal. As casas, terrenos e prédios fechados têm sido a maior dificuldade dos agentes de saúde no combate ao mosquito. Além de casas, prédios públicos abandonados também representam risco.
O último levantamento do Centro de Zoonoses apontou que praticamente 100% dos bairros de Campina Grande apresentaram infestação do mosquito transmissor da dengue, zika vírus e chikungnya. O Centro de Zoonoses pediu ajuda ao Ministério Público Estadual (MPE), que recebeu uma lista com todos os endereços dos imóveis, casas e terrenos que estão fechados na cidade.
Suspensão de férias
Para reforçar o combate ao mosquito Aedes Aegypti, o Ministério da Saúde determinou também a suspensão das férias de todos os agentes de saúde e guardas de endemia. Os servidores que já estão de férias devem retornar ao trabalho imediatamente. Em João Pessoa, são 800 servidores federais que prestam serviço como agente de saúde e guarda de endemia.
Combate ao mosquito
As ações de combate ao Aeds aegypti na Paraíba recebem nesta semana mais uma iniciativa para inibir a reprodução do mosquito. O Ministério da Saúde divulgou, nesta segunda-feira (15), que enviou 1,9 mil quilos de larvicida ao Estado para eliminar as larvas do transmissor da dengue, chickungunya e zika, essa última responsável pelo surto de microcefalia que assola o país. O quantitativo encaminhado à Paraíba é suficiente para tratar 950 milhões de litros de água, algo equivalente a 380 piscinas olímpicas.
O reforço no combate ao mosquito foi enviado aos estados das regiões Nordeste e Sudeste. A quantidade repassada à Paraíba corresponde à demanda da Secretaria Estadual de Saúde. Cada quilograma do larvicida é capaz de tratar 500 mil litros de água. O produto é usado quando não é possível a eliminação do foco de água parada, local de reprodução do Aedes.
As prefeituras de João Pessoa e Campina Grande, as cidades mais populosas do estado, intensificaram o combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da zika, da dengue e da febre chikungunya.
Para combater o mosquito, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de João Pessoa está elaborando um plano estratégico, além das ações de combate direto do vetor, como a aplicação de químicos em água acumulada e na conscientização da população. Neste sábado (12), a prefeitura da capital deu início a uma força-tarefa para combater o mosquito. Agentes de Saúde Ambiental foram distribuídos pelos os cinco Distritos Sanitários, que abrangem todo território da capital ,para realizar visitas domiciliares com objetivo de identificar e eliminar os focos ou possíveis locais que podem servir como criadouro.
A Secretaria de Saúde de Campina Grande, por sua vez, reforça as ações nos bairros com maiores incidência das doenças e disponibiliza um número de telefone para denúncias de possíveis focos do mosquito. Apesar de João Pessoa não estar em condição de risco de surto do Aedes aegypti, de acordo com o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (Liraa), divulgado pelo Ministério da Saúde em 25 de novembro de 2015, a prefeitura da capital segue o trabalho de combate. Além das ações já realizadas, o gerente Centro de Vigilância Ambiental e Zoonoses, Nilton Guedes, atenta para a necessidade de colaboração da população.