Protesto em Altamira: indígenas bloqueiam rua que dá acesso ao aeroporto da cidade
Um grupo de indígenas Kayapó bloqueou uma das vias de acesso ao aeroporto de Altamira, nesta sexta-feira (29), utilizando troncos de árvores e faixas com mensagens reivindicatórias.
Este é o quinto dia de protestos dos indígenas que cobram da empresa Norte Energia a renovação de um acordo que estaria vencido há um ano. As manifestações incluem ocupação do prédio da concessionária de Belo Monte.
Protesto Indígenas Kayapós no aeroporto de Altamira — Foto: Divulgação Kabu e Associação Floresta Protegida
O protesto no aeroporto nesta sexta durou algumas horas. Não houve informação sobre cancelamentos ou atrasos de voos durante a manifestação. A companhia aérea Azul Linhas Aéreas, que opera em Altamira, comunicou em nota ao g1, que o protesto não impactou suas operações.
Durante à tarde, lideranças indígenas se reuniram com integrantes do Ministério Público Federal (MPF) e representantes da Eletrobras e da Norte Energia na sede do MPF em Altamira.
Segundo o MPF, o diálogo caminha para que seja garantida a proteção e efetivação de direitos indígenas e que o protesto seja encerrado.
A Norte Energia seria a responsável pela renovação do acordo e para repasses de recursos às aldeias da região. O acordo foi firmado com a empresa Eletrobrás, que é a maior acionista da Norte Energia, responsável pela usina de Belo Monte.
O documento garante o repasse de recursos aplicados na proteção das terras indígenas contra o avanço de crimes ambientais.
Indígenas Kayapós em protesto no aeroporto de Altamira — Foto: Divulgação Kabu e Associação Floresta Protegida
A cobrança do povo Kayapó é parte das Condicionantes Indígenas de Belo Monte, que são exigências legais. A ideia é compensar os impactos e garantir a proteção das 3 Terras Indígenas: Baú, Menkragnoti e Kayapó e do leste e oeste da bacia do Xingu. O acordo funcionou por 12 anos, venceu em 2023 e retrocedeu com a privatização da Eletrobrás.
Na quarta-feira (27), a Norte Energia acionou a justiça e entrou com um pedido de reintegração de posse à sede da empresa. O g1 pediu posicionamento da empresa sobre os apontamentos dos indígenas e aguarda retorno.
O g1 também entrou em contato com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e com o Ministério de Minas e Energia, mas não obteve resposta até a publicação da reportagem.
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