VÍDEO: Veja quem são os líderes mundiais que estão na lista de espionagem do programa Pegasus
Entre as pessoas que podem ter sido espionadas pelo software Pegasus, que invade smartphones sem que o dono saiba, estão pelo menos três presidentes e três primeiros-ministros que estão atualmente no poder. A informação foi publicada pelo "Washington Post" nesta terça-feira (20).
Veja quem são os líderes que têm números de telefones encontrados na lista:
Três presidentes
- Emmanuel Macron, da França;
- Barham Salih, do Iraque;
- Cyril Ramaphosa, da África do Sul;
Três primeiros-ministros que ainda estão no poder
Três primeiros-ministros que já deixaram o poder:
Um rei:
- Mohammed VI, do Marrocos
O fato de o telefone estar na lista não significa que o telefone foi de fato invadido pelo Pegasus. Segundo o "Washington Post", nenhum dos líderes de Estado aceitou uma vistoria em seus aparelhos para saber se eles realmente foram vítimas de espionagem.
O presidente da França, Emmanuel Macron, durante teleconferência em agosto de 2020 — Foto: Christophe Simon/Pool via Reuters
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No domingo, revelou-se que há uma lista de 50 mil números de telefones que podem ter sido invadidos pelo Pegasus, que foi desenvolvido por uma empresa de Israel chamada NSO Group.
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Há centenas de dirigentes políticos na lista, segundo o jornal norte-americano.
O que é o Pegasus?
O Pegasus é uma ferramenta extremamente invasiva, que pode ligar a câmera e o microfone do celular, bem como acessar dados do dispositivo, convertendo-o em um espião de bolso.
Em alguns casos, ele pode ser instalado sem a necessidade de enganar o usuário para que ele faça um download, que é a maneira mais comum de invadir um aparelho.
Como surgiu a história?
A Forbidden Stories, uma organização sem fins lucrativos de Paris, e a Anistia Internacional conseguiram uma lista de 50 mil números de telefones que podem ter sido invadidos pelo malware israelense.
As duas entidades procuraram um grupo de 16 jornais internacionais para formar um consórcio que tenta descobrir quem são as vítimas da espionagem.
É esse consórcio que conseguiu identificar os mil primeiros nomes e tenta chegar aos 50 mil da lista.
Não foi revelado como a Forbidden Stories teve acesso aos 50 mil números de smartphones que foram invadidos.
O consórcio acredita que os números da lista são alvos em potencial dos clientes do NSO.
Resposta da empresa
O NSO Group disse que o relatório da Forbidden Stories elabora teorias sem comprovação e é cheio de suposições erradas. A empresa nega que tenha mantido uma lista de alvos em potencial.
A empresa afirma que o Pegasus é vendido apenas para agências governamentais que são aprovadas e que é usado apenas para perseguir terroristas e grandes criminosos. Além disso, o NSO Group diz que não tem acesso aos dados de seus clientes.
A lista de clientes não é revelada. O NSO Group afirma que vende sua tecnologia somente para governos que são aprovados por Israel para identificar terroristas e acabar com redes de pedofilia e tráfico de drogas ou pessoas.
Jornalistas vítimas do Pegasus
Entre os jornalistas que foram vítimas do programa israelense há pessoas que trabalham para as agências Associated Press e Reuters, para os jornais "The Wall Street Journal", "The Financial Times" e "Le Monde" e para a rede CNN.
O "Washington Post" identificou 37 números de smartphones de seus funcionários na lista. O "Guardian" encontrou o número de 15 de seus jornalistas.
A agência Associated Press identificou os números de dois repórteres.
A Anistia Internacional afirmou que na lista também consta o número de telefone de Hatice Cengiz, a noiva do jornalista Jamal Khashoggi, assassinado no consulado da Arábia Saudita em Istambul em 2018 (o smartphone dela foi incluído no rol quatro dias depois do assassinato).
Países mais afetados
Dos 50 mil smartphones da lista da Forbidden Stories e da Anistia Internacional, 15 mil são do México. Além do México, há muitos números da Arábia Saudita e de outros países do Oriente Médio.
Também há números da França, Hungria, Índia, Azerbaijão, Cazaquistão e Paquistão, entre outros.
O "Washington Post" informou que 15. mil números de telefone estavam no México e afetavam políticos, líderes sindicais, jornalistas e críticos do governo.
Há o número de um jornalista independente mexicano que foi assassinado semanas depois que seu smartphone foi adicionado à lista. Seu telefone nunca foi encontrado e não está claro se ele foi hackeado.
Os serviços de segurança marroquinos utilizaram o software espião para invadir o celular de quase 30 jornalistas e executivos de grupos de comunicação franceses, segundo a investigação.