Thomas Shannon, conselheiro do departamento americano de Estado, chegou nesta terça-feira (7) a Caracas para se reunir com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, informou a imprensa local.
Segundo o jornal "Últimas Notícias", Shannon "traz em sua agenda a busca por um acordo para a Cúpula das Américas e conversará com a chanceler Delcy Rodríguez e com o presidente Nicolás Maduro".
O jornal "El Universal" assinala que Shannon se reunirá com Maduro nesta quarta-feira (8).
A visita de Shannon ocorre no momento em que Maduro realiza uma campanha nacional e internacional para exigir que o presidente americano, Barack Obama, anule o decreto de março passado que qualifica a situação da Venezuela como uma "ameaça extraordinária" à segurança dos Estados Unidos.
Nesta terça, Washington baixou o tom quando Ben Rhodes, alto integrante do Conselho de Segurança Nacional, assinalou que os "Estados Unidos não acreditam que a Venezuela represente uma ameaça para sua segurança".
Ricardo Zúñiga, responsável para América Latina do Conselho de Segurança Nacional, afirmou que a Casa Branca não possui "nenhum programa hostil" em relação a Caracas. "Estamos interessados no sucesso da Venezuela, em sua prosperidade, sua segurança, estabilidade e democracia. Nós somos o principal parceiro comercial da Venezuela".
Na noite desta terça-feira, Maduro saudou as declarações de Rhodes e de Zúñiga, e afirmou que a mudança de postura dos Estados Unidos se deve ao "clamor mundial" para apoiar seu governo.
Obama e Maduro concordam que a Cúpula das Américas, prevista para a próxima sexta-feira, no Panamá, será palco de discussão sobre a situação política na Venezuela.
A Venezuela vive uma polarização política desde o início de 2014, quando uma onda de protestos contra Maduro deixou 43 mortos, centenas de feridos e milhares de detidos, incluindo o líder opositor Leopoldo López, acusado de fomentar a violência nas manifestações.
Nesta terça-feira, a promotoria venezuelana denunciou formalmente por "conspiração" o prefeito de Caracas, o opositor Antonio Ledezma, detido em 19 de fevereiro passado sob a acusação de participar de um complô contra o governo.
O promotor de Caracas, José Luis Orta, acusou Ledezma pelos "crimes de conspiração e associação ilícita", e solicitou a manutenção da prisão do político, detido em seu gabinete por membros da Inteligência militar.
O prefeito está na prisão militar de Ramo Verde, 30 km de Caracas, onde também permanece - desde 18 de fevereiro de 2014 - Leopoldo López.