O fiscal do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), em Minas Gerais, Leandro Carvalho, disse, em entrevista ao Fantástico deste domingo (15), que não houve o rompimento de duas barragens, em Mariana, na Região Central do estado, como tem sido noticiado. “Ao contrário do que estão falando aí, a Barragem de Santarém não se rompeu”, falou Carvalho.
A reportagem do Fantástico explicou ainda que a lama da Barragem Fundão encheu o reservatório da Barragem Santarém, que era de água, e passou por cima, causando o transbordamento. A estrutura imensa resistiu, mas ficou danificada, completou a reportagem, referindo-se à Santarém.
Ainda de acordo com o fiscal do DNPM, os danos em Santarém têm gravidade máxima numa pontuação de 0 a 10. “Eu posso falar com propriedade que a anomalia ali é pontuada como 10, que precisa de uma inspeção especial e obras emergenciais”, disse Carvalho.
No dia 5 deste mês, a Barragem Fundão se rompeu, despejando 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério e água. O distrito de Bento Rodrigues foi destruído e centenas de pessoas ficaram desabrigadas.
A lama alcançou outros distritos de Mariana, como Águas Claras, Ponte do Gama, Paracatu e Pedras, além da cidade de Barra Longa. Os rejeitos no Rio Doce afetaram dezenas de cidades na Região Leste de Minas Gerais e no Espírito Santo.
Quinze pessoas estão na lista de desaparecidos após o rompimento da barragem no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana. Sete corpos foram reconhecidos e quatro esperam identificação.
A Samarco tem que apresentar ao governo, até esta segunda-feira (16), um plano de recuperação da barragem de Santarém. A mineradora disse que pode consertar os danos na Barragem de Santarém com segurança.