Alunos e professores do projeto de extensão "Dialogar – Núcleo de Mediação Extrajudicial", da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), irão atender ocorrências envolvendo idosos que são direcionadas ao Núcleo de Atendimento ao Idoso da Polícia Civil. O atendimento começa na próxima semana.
O projeto conta com alunos e professores do curso de Direito e irá ajudar na busca de soluções para os conflitos. "A Polícia Civil percebeu a falta de pessoal qualificado para o acompanhamento e resolução dos casos. Nós temos esse pessoal, o que é benéfico a todos", destacou um dos orientadores do projeto, Fernando Guilhon.
O acordo entre o projeto e a Polícia Civil será assinado nesta sexta-feira (3), às 16h30, na sala da Direção da Faculdade de Direito. "A delegacia ganha material humano e a Universidade ganha a prática dentro da Polícia Civil. Aumentamos o acesso dos alunos aos casos e à experiência profissional, permitindo diversificação do conhecimento, que não fica restrito à discussão acadêmica", explicou.
Para o delegado responsável pelo Núcleo de Atendimento ao Idoso, Márcio Savino, a parceria é vantajosa para os dois lados. "Para realizar as mediações é importante ter um curso de mediador e os alunos estão sendo capacitados. Além disso, eles terão contato com os processos criminais", afirmou.
curso de Direito (Foto: Vagner Tolendato/G1)
Atendimento aos idosos
O Núcleo de Atendimento ao Idoso da Polícia Civil, foi inaugurado em julho deste ano. A unidade registra ocorrências envolvendo a violação dos direitos do idoso e crime de maus-tratos e ainda conta com atendimento voltado para mediação de conflitos.
O núcleo funciona em duas salas cedidas ao Estado, no terceiro piso de um shopping que fica na Rua Jarbas de Lery Santos, 1.655, no Centro. O funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h. A unidade tem os mesmos moldes de uma delegacia.
De acordo com os dados da Polícia Civil, em 2015, 2.496 idosos sofreram algum tipo de violência. Já neste ano, de janeiro até julho, foram 1.396 casos registrados. "Nós atendemos os 13 crimes do Estatuto do Idoso e os mais comuns são os maus-tratos, o abandono e a apropriação de pensões e aposentadoria", pontuou Savino.
A equipe é formada por delegados, detetives, escrivão e também com psicológo e assistente social. No caso de ocorrências mais graves, envolvendo homicídio, os casos são direcionados pelo próprio núcleo para outros setores da Polícia Civil.