01/06/2016 07h00 - Atualizado em 01/06/2016 09h29

Mês de abril é o melhor em geração de empregos no Sul de Minas

Segundo últimos dados do Caged, 10 maiores geraram 2.294 empregos.
Até março, municípios registravam déficit de 1.638 postos de trabalho.

Lucas SoaresDo G1 Sul de Minas

O mês de abril foi até agora o melhor do ano em termos de geração de empregos no Sul de Minas. É o que mostram os últimos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, divulgados na última semana. Conforme levantamento feito pelo G1, juntas, as 10 maiores cidades do Sul de Minas geraram ao todo 2.294 novos postos de trabalho em abril.

O grande destaque ficou com a agropecuária, já que com o início da colheita do café na região, o setor gerou 1.301 postos de trabalho. Alfenas, que sozinha gerou 906 dessas vagas, ficou entre as 20 cidades que mais geraram empregos no país com saldo positivo de 986 novos postos de trabalho. (Veja no vídeo acima)

Outro destaque do mês de abril foi a retomada de geração de empregos no comércio. Juntas, as 10 maiores cidades da região registraram saldo positivo de 603 novas vagas de trabalho. Destaque para Poços de Caldas (MG), que gerou 179 novas vagas no comércio, seguida de perto por Varginha, que gerou 175 novos postos de trabalho.

Mês de abril é o melhor em geração de empregos no Sul de Minas (Foto: Reprodução EPTV)Mês de abril é o melhor em geração de
empregos no Sul de Minas (Foto:
Reprodução EPTV)

Respiro para a economia regional
Os números de abril dão um respiro para a economia regional. Até março, as 10 maiores cidades da região registravam juntas o fechamento de 1.638 vagas de trabalho. Com os números de abril, o saldo agora é positivo, de +751.

No ano, por causa do início da colheita do café, Alfenas lidera a geração de empregos, com 1068 novas vagas (1036 só na agropecuária). Já Poços de Caldas, mesmo com a reação de abril, é a cidade entre as top 10 com o pior saldo: -366. O comércio, mesmo reagindo em abril no município, é o vilão do acumulado no ano, com saldo negativo, de -306.

Entre os cinco maiores municípios da região, em que o início do período da colheita do café não influi diretamente nos números, o destaque positivo é Varginha, que até abril, gerou 408 vagas no total. O setor de serviços gerou 371 vagas no município e o comércio, fechou 76.

Comparação com 2015, o ano da crise
Os números do Caged também mostram que 2015 foi realmente o pior dos últimos anos em termos de geração de empregos. Só nas 10 maiores cidades do Sul de Minas, foram fechadas no ano passado 9.163 vagas de trabalho. O setor que mais sofreu foi a indústria, que fechou 6.501 vagas, com reflexo direto em cidades como Pouso Alegre (-1.324 vagas), Varginha (-1.230 vagas) e Itajubá (-1.146 vagas). A construção civil também apresentou números ruins fechando 1.768 vagas nas 10 cidades e 1.149 vagas no comércio.

Entre os municípios, os piores desempenhos foram registrados por Pouso alegre, -2.468 vagas; Passos com -1.436 e Itajubá com -1.379. Entre as 10 maiores, Três Pontas foi a única que fechou o ano passado com saldo positivo (+86), mais uma vez impulsionada pela colheita do café.

Panorama regional
Alfenas e Três Pontas já se destacam na geração de empregos no ano devido ao início da colheta do café na região. Entre os maiores municípios que não dependem exclusivamente da colheita do café, Varginha (MG) se mantém no ano como a 2ª cidade que mais gerou empregos desde janeiro. Depois de fechar 556 postos de trabalho ao longo de 2015, o município tem saldo positivo de 408 vagas em 2016. O setor de serviços é o principal responsável pelo número positivo. Só ele gerou 374 vagas de trabalho neste ano.

Aloysio Ribeiro de Almeida, presidente da Associação Comercial de Varginha (Foto: Lucas Soares/G1)Aloysio Ribeiro de Almeida, presidente da Associação
Comercial de Varginha (Foto: Lucas Soares/G1)

Para o presidente da Associação Comercial de Varginha, Aloysio Ribeiro de Almeida, o fato de Varginha ser um polo regional ajuda na manutenção dos números, mesmo em tempos de crise.

"O fato de Varginha ser um polo de todos os serviços, traz para a nossa cidade um volume grande de pessoas. Os números mostram que o município vive um período de estabilidade em comparação com outros grandes municípios da região", disse Almeida.

Pouso Alegre apresenta um saldo negativo de -229 vagas de emprego em 2016. Apesar disso, a administração municipal ressalta que o saldo da cidade nos últimos 7 anos ainda é muito positivo, devido ao grande número de empresas que foram atraídas para a cidade.

"A administração municipal tem trabalhado e buscado investimentos para a cidade. Essa tem sido a política do município, atrair empresas brasileiras e do exterior e incentivar as empresas já estabelecidas aqui. Nos últimos sete anos, conseguimos atrair muitas empresas para nosso município. Foram 175.953 empregos com carteira assinada gerados e o saldo ainda é positivo em cerca de 7.956 postos. O Brasil atravessa um momento muito complicado com a crise política que agravou a crise econômica. Diante desse cenário, as empresas pararam de investir ou mudaram suas estratégias. E isso atingiu também Pouso Alegre", disse o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pouso Alegre, Alexandre Fleming.

Saldo de geração de emprego nos setores de produção nas 10 maiores cidades do Sul de Minas (de janeiro até abril 2016)
Agropecuária 1.320
Serviços 649
Administração Pública 83
Indústria 62
Serviço Industrial -8
Construção Civil -130
Comércio -1.230
Saldo Total: 751
Fonte: Caged, Ministério do Trabalho

 Poços de Caldas aparece com o pior saldo de geração de empregos entre as 10 maiores cidades do Sul de Minas. O saldo no ano é de -366 vagas, quase a metade do número de vagas fechadas durante todo o ano de 2015: 867. O comércio é o maior vilão. Só neste ano, o setor fechou 306 vagas. No município, o destaque positivo é o da indústria, que gerou 168 novos postos de trabalho.

"Estes numeros nos preocupam sem dúvida. A nossa expectativa é que as novas empresas que estão se instalando no DI possam compensar essa queda que ocorreu principalmente no setor de comércio e serviços. O setor do comércio é o primeiro a sentir os efeitos da crise, que ao se iniciar na retração dos investimentos no setor da industria e consequentes demissões, o impacto é maior. Temos tomado ações no sentido de incentivar os pequenos negócios como por exemplo as compras governamentais. Estamos terminando esse semestre um curso em parceria com o Sebrae para capacitar pequenos empresários a vender para o poder público. Também já apoiamos por duas vezes iniciativas propostas pela ACIA no sentido de fechamento de vias principais do centro, disponibilizando atrações musicais e brinquedos para potencializar as vendas do comércio", informou o secretário de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Rodrigo Reis.

comércio, dia das mães, fraco, vendas, presentes, consumidores (Foto: Jéssica Alves/G1)Poços de Caldas é a cidade entre as maiores do Sul de Minas que mais sofre com o fechamento de vagas no comércio (Foto: Jéssica Alves/G1)
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