A cidade de Santa Rita do Sapucaí (MG) está em alerta contra a dengue, mas a população tem reclamado da falta de fiscalização feita por agentes de saúde nas casas. São 10 funcionários para atender uma população estimada em cerca de 41 mil habitantes. Tem morador que viu um agente pela última vez há mais de um ano.
Na casa da auxiliar administrativo Daniela dos Santos, a última visita de busca por focos de dengue ocorreu em 22 de abril de 2014, como consta na ficha de registro que todo agente preenche durante as fiscalizações. Neste ano, Daniela e os dois filhos, tiveram dengue.
"Quando eles [agentes] vêm, eu acredito que eles coloquem veneno em algum lugar, mas na minha casa nunca vêm", conta a auxiliar.
Na casa da vizinha, os agentes passaram há dois meses. "Já faz tempinho que eles não passam. Antes era mais frequente, a cada 15 dias", relata a dona de casa Rosemari Borges Gonzaga, que procura fazer a sua parte mesmo assim: não tem pratinhos nos vasos, para evitar acúmulo de água, e as garrafas ficam deitadas.
Em 2014, Santa Rita do Sapucaí teve 27 casos de dengue confirmados. Em 2015, o número subiu para 637. A coordenadora da Vigilância Sanitária Municipal, Cássia Marques, nega que a fiscalização não esteja sendo feita, mas reconhece que o número de agentes nas ruas é menor que o ideal.
"O ideal é ter um agente para cada mil imóveis. Santa Rita tem 14 mil imóveis. O governo já disponibilizou o recurso para contratação de novos agentes. Só estamos esperando a verba cair em conta para contratar", explica a coordenadora.
Segundo Cássia Marques, mais quatro agentes serão contratados. Ela também afirma que a fiscalização só não é feita quando o imóvel está fechado, mas que o serviço pode ser requisitado na coordenadoria pelo (35) 3471-2006.