Seis rios e córregos de Mato Grosso são considerados impróprios para banho, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira (30) pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). Segundo o levantamento, em alguns trechos do Rio Cuiabá, Rio Paraguai e Rio Bugres foram encontrados quantidades irregulares de coliformes fecais, esgoto e níveis de PH (índice que indica a acidez da água).
O levantamento foi feito entre os dias 3 de agosto e 15 de setembro. No estudo, os técnicos recolheram cinco amostragens de 24 trechos dos principais rios mato-grossenses em nove cidades. As amostras levaram em conta a quantidade de coliformes fecais, a incidência elevada ou anormal de enfermidades transmissíveis por via hídrica, a presença de resíduos sólidos ou líquidos, como esgotos sanitários; o nível de PH, entre outros fatores de risco à saúde humana.
Pelo relatório, foram considerados como impróprios para banho os seguintes trechos do Rio Cuiabá: comunidade de São Gonçalo Beira Rio, que apresenta essa condição desde 2007, e no trecho de Bonsucesso, no município de Várzea Grande, que está nesta categoria desde 2003. Em Cáceres, a Praia da Carne Seca, localizada no rio Paraguai, segue imprópria desde 2004 devido à presença de dragas no local, embarcações que realizam a extração de areia do rio.
(Foto: Anecy de Pinho/Politec-MT)
O córrego Piraputanga, também em Cáceres, só entrou para a lista como inadequado em 2010, 2012 e voltou agora em 2015. Embora o rio Paraguai em Barra do Bugres oscile desde 2006 entre impróprio e próprio, o banho neste local volta a ser inapropriado este ano decorrente do pH da água estar menor que seis limite determinado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
Já o Rio Bugre, também em Barra do Bugres, permaneceu excelente pra banho por três anos consecutivos, mas devido ao pH abaixo da média neste ano o rio foi classificado como impróprio.
Locais avaliados
Dos 24 locais analisados, 18 foram classificados como próprios para a prática de recreação e banho. São considerados ‘excelentes' para banhistas: os rios Coxipó Açu (Cuiabá), Passagem da Conceição (Várzea Grande), Cachoeirinha, Cachoeira dos Namorados, Condomínio Portal das Águas (Praia do Manso), todos em Chapada dos Guimarães, Praia Nortefly (Nortelândia), Praia do Julião, no Rio Paraguai (Cáceres) e Praia Daveron, na Baía dos Malheiros, também em Cáceres.
Na categoria ‘muito boa’ estão os rios Praia do Pari (Cuiabá), Praia de Santo Antônio, Praia das Veredas (Santo Antônio do Leverger), Praia das Embaúbas (Rosário Oeste) e a Praia do Iate Clube, na Baía dos Malheiros (Cáceres). Já o trecho ‘satisfatório’ para banhistas são: Ponte de Ferro, Coxipó do Ouro, Rio Claro, Mutuca (Cuiabá) e Martinha (Chapada).
Todo o levantamento faz parte de um relatório de balneabilidade, que é realizado anualmente pelo laboratório da coordenadoria de Monitoramento da Qualidade Ambiental da Sema. O coordenador Sérgio Batista de Figueiredo alerta que nos últimos dois anos há uma tendência de piora geral na qualidade da água, principalmente nos rios da região hidrográfica do Paraguai e Araguaia-Tocantins.
Sérgio explica que é importante também evitar o banho após a ocorrência de chuvas de maior intensidade e a ingestão de água destes locais, sem o devido tratamento. “É necessário redobrar a atenção com as crianças e idosos, que são os mais sensíveis e menos imunes que adultos”, disse.