Colniza foi o município que mais apresentou focos de calor no primeiro mês do período proibitivo das queimadas em Mato Grosso, de 15 de julho a 15 de agosto. Foram registrados 261 focos de calor no município no período pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), sendo que esse volume corresponde a 92% dos focos no município desde o início do ano.
No primeiro mês do período proibitivo, foram registrados 2.966 focos de calor no Estado, conforme o Instituto. O número de focos é 9,5% menor que os 3.276 focos registrados no mesmo período no ano passado.
Os outros quatro municípios que mais apresentaram focos de calor no primeiro mês do período proibitivo em 2015 foram em 2º lugar Alto Boa Vista (179), em 3º lugar São Félix do Araguaia (165), em 4º lugar Comodoro (136) e em 5º lugar Novo Mundo (110).
No ano passado, Colniza também aparecia entre os municípios onde mais foram registrados focos de calor no período, mas ficou em 2º lugar, com 208 focos. Em 1º lugar ficou Campinápolis (216 focos), em 3º Feliz Natal (175 focos), em 4º Nova Nazaré (175 focos) e em 5º Gaúcha do Norte (148 focos).
Para o prefeito de Colniza, João Assis Ramos (PMDB), há uma contradição nos dados apresentados pelo Inpe. “Este ano ainda não tivemos nenhuma queimada de derrubada de mata, a maioria dos focos de calor se referem a queimadas de pasto para limpeza. O produtor usa desse instrumento para muitas vezes facilitar o trabalho e o Instituto não define o que é queimada de pasto, que é passageira, e queimada de derrubada de mata”, diz. Segundo ele, o período em que tradicionalmente mais ocorrem queimadas no município ainda está por vir, pois será a partir do final de agosto.
O coronel Paulo André Barroso, comandante do Batalhão de Emergências Ambientais, informa que foi proposta à prefeitura de Colniza a implantação de uma brigada mista, em parceria com governo do Estado e empresas privadas, mas o município não firmou. As parcerias para a criação de brigadas mistas foram propostas para 15 municípios, mas apenas quatro formalizaram: Cláudia e Sinop na região Norte e Sapezal e Campo Novo do Parecis na região Oeste.
Segundo ele, do dia 15 de julho a 15 de agosto, receberam 505 chamados de queimadas no Estado, sendo que 338 delas ocorreram em Cuiabá e Várzea Grande. “Cerca de 40% desses chamados nessa região metropolitana, aproximadamente 135, os Bombeiros não conseguem atender porque está ocupado atendendo outros incêndios ao mesmo tempo”, informa Barroso.
Os dois municípios contam com 36 bombeiros e 5 viaturas para atender chamados. Em Cuiabá, a incidência de focos de calor em Cuiabá durante o período proibitivo cresceram 500% e em Várzea Grande 733% com relação a 2014.
Cuiabá para a Chapada dos Guimarães (MT)
(Foto: Carolina Lorencetti/TVCA)
No Estado, os municípios que mais têm gerado demandas ao Corpo de Bombeiros estão na Baixada Cuiabana: Alto Paraguai, Barão de Melgaço, Chapada dos Guimarães, Poconé, Santo Antônio do Leverger, além de Vila Bela da Santíssima Trindade, na região Oeste do estado.
"Na região Norte, as queimadas ainda não começaram com intensidade porque este ano choveu durante mais tempo por lá do que na Baixada Cuiabana", informa.
Durante todo o ano
Mato Grosso é o Estado do país que mais apresentou focos de calor de 1º de janeiro até a última segunda-feira (17), com 9.094 focos. Colniza ocupa também o 1º lugar no Estado durante todo o ano, com 391 focos, seguido por Nova Maringá (370), São Félix do Araguaia (337), Gaúcha do Norte (289) e Feliz Natal (255).
O número de focos de calor este ano é, 8,5% menor que o registrado de 1º de janeiro a 17 de agosto de 2014, quando foram verificados 9943 focos no Estado.
O Estado tem hoje dois aviões de combate a incêndios (apenas um está liberado para uso), 176 bombeiros, 34 viaturas em 26 municípios para atender ocorrências. “Isso significa que somente 18% dos municípios do Estado têm resposta imediata dos Bombeiros. O restante vai receber resposta à medida que pudermos nos deslocar para lá”, destaca Barroso.
Ele afirma que a Secretaria de Meio Ambiente (Sema) informou que disponibilizaria mais 6 viaturas para combate ao fogo no Estado, mas que ainda não foram providenciadas.