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Por Jornal Nacional


Fiocruz analisa impactos dos eventos climáticos extremos na saúde pública

Fiocruz analisa impactos dos eventos climáticos extremos na saúde pública

Um estudo da Fiocruz analisou os impactos dos eventos climáticos extremos na saúde pública.

Enquanto lá fora furacões mais violentos assustam os americanos e tempestades surpreendentes alagam o deserto do Saara, por aqui, no Brasil, os eventos climáticos extremos estão mais frequentes e intensos. Foi assim nas inundações históricas do Rio Grande do Sul em 2024 e nas secas recordes verificadas nos rios amazônicos e no Pantanal.

Novos dados apurados pelo Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz junto à Defesa Civil revelam o crescimento dos desastres ligados ao clima no Brasil. Entre 2020 e 2023, os registros mais que dobraram, passando de quase 3 mil para 6.772.

Os desastres climáticos também afetam a saúde pública. Segundo os coordenadores do Observatório, entre os anos de 2020 e 2023, o número de pessoas que adoeceram em lugares atingidos por desastres passou de 54 mil para 157 mil.

Estudo da Fiocruz analisa impactos dos eventos climáticos extremos na saúde pública — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

Já o número de brasileiros que foram, de alguma forma, afetados por esses desastres - como, por exemplo, desabrigados por enchentes - passou de 21 milhões para 48 milhões.

"Por exemplo, em inundações, a gente tem aumento de leptospirose, aumento de hepatite A, aumento de dengue, e aumento de ocorrências de fraturas logo no primeiro momento de inundação. Em alguns momentos posteriores, em geral após essas inundações, podemos ter problemas de infarto, AVC, a gente pode ter também problemas de saúde mental. Mas isso um tempo depois, não imediatamente à ocorrência”, afirma Renata Gracie, coordenadora do Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz.

Estudo da Fiocruz analisa impactos dos eventos climáticos extremos na saúde pública — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

O aumento da temperatura também tem relação com o aumento dos casos de dengue. No Rio Grande do Sul, os registros explodiram em 2024. Isso em um estado onde a doença nunca alcançou níveis preocupantes.

Na área da Amazônia Legal, as queimadas provocaram um aumento das internações por problemas respiratórios. Passaram de 3,3 mil em 2021 para 9,3 mil em 2023. Em todo o país, as ondas de calor mataram 40 mil pessoas a mais do que o previsto entre 2000 e 2018.

Estudo da Fiocruz analisa impactos dos eventos climáticos extremos na saúde pública — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

Segundo os pesquisadores, os problemas ligados à crise climática fazem a rede pública operar no limite da capacidade.

"A gente precisa adaptar o sistema de saúde, torná-lo mais resiliente para diminuir esses impactos. Mas a gente precisa também que essa agenda que é transversal, que domina várias pastas, seja levada com mais sinceridade pelos governantes, por quem toma as decisões. A gente já está chegando a um ponto de ruptura. A gente precisa dessas outras pastas para que a gente diminua o efeito que gera para a gente esses impactos”, diz Diego Xavier, coordenador do Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz.

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