Em Davos, ministros brasileiros debatem sobre a exploração de petróleo na foz do Amazonas
Neste terça-feira (16), o segundo dia do Fórum Econômico Mundial, em Davos, o presidente da Ucrânia voltou a pedir apoio internacional na guerra contra a Rússia. Os representantes brasileiros discutiram a transição energética e a exploração do petróleo na bacia da Foz do Amazonas.
O presidente ucraniano foi pessoalmente pedir investimentos. Volodymyr Zelensky chegou fazendo piada sobre a tradução para quebrar o gelo de Davos, mas encerrou com um recado claro aos convidados:
“Fortaleçam a nossa economia, que fortaleceremos a sua segurança.”
Zelensky volta a pedir apoio internacional para enfrentar a Rússia — Foto: Jornal Nacional/Reprodução
A presidente da Comissão Europeia, Úrsula von der Leyen, disse que a Ucrânia pode vencer a guerra contra a Rússia, mas precisa continuar recebendo apoio do Ocidente.
Já o primeiro-ministro da China, que tem dado apoio econômico à Rússia, nem mencionou guerra. Li Qiang preferiu focar na economia chinesa, que cresceu em 2023 acima da meta oficial, numa estimativa de 5,2% e falou que a economia do país vai se abrir cada vez mais para negócios.
Na gelada Davos, além de economia e geopolítica, o clima foi outro tema de destaque nesta terça-feira (16) no Fórum Econômico Mundial. Os três ministros que vieram representar o Brasil entraram nos debates. Marina Silva, do Meio Ambiente, Nísia Trindade, da Saúde, e Alexandre Silveira, de Minas e Energia, participaram de um painel sobre sustentabilidade e transição energética.
Depois, em entrevista ao vivo para a GloboNews, Silveira afirmou que também veio discutir negócios envolvendo exploração de petróleo.
"O mundo ainda precisa dessa fonte energética, nós precisamos, é evidente, e queremos continuar avançando na melhoria da matriz energética nacional a fim de atrair a economia verde, mas nós não podemos abrir mão de nossas potencialidades até porque o grande foco é combater desigualdade e na nossa opinião não há combate à desigualdade sem desenvolvimento econômico com sustentabilidade e isso não é nenhuma contradição, já que temos uma legislação ambiental rigorosa", diz o ministro.
A Amazônia foi tema de outro painel, que contou com a participação de Gustavo Petro, presidente da Colômbia, e Helder Barbalho, governador do Pará, estado que vai receber a COP-30 em 2025.
O apresentador Luciano Huck, convidado para mediar o debate, perguntou a Marina Silva sobre a posição do governo brasileiro em relação à exploração de petróleo na bacia da Foz do Amazonas. O Ibama negou licença à Petrobras. A estatal refez os estudos e o pedido está em análise pelo instituto.
"Nós negamos a licença já duas vezes, uma em 2018 e a outra agora já na minha gestão por razões ambientais. Não foi por dizer 'não se pode explorar petróleo no Brasil'. O que eu tenho defendido é que as empresas de petróleo devem se transformar o mais rápido possível em empreses de produção de energia. E se existe um país que pode ser um grande produtor de energia limpa renovável e segura, esse país é o Brasil", diz Marina.
A ministra se encontrou com Bill Gates, cofundador da Microsoft. Segundo Marina, Gates disse que quer visitar o país antes da conferência do clima de Belém e mostrou interesse nas medidas de adaptação climática, uma das áreas para as quais ele tem doado recursos.
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