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Por Jornal Nacional


Desigualdade aumentou no Brasil, aponta IBGE

Desigualdade aumentou no Brasil, aponta IBGE

O IBGE mostrou que a desigualdade aumentou no Brasil em 2018. De toda a renda do país, 40% estão concentrados nas mãos de 10% da população.

Gente que faz força, aperta o cinto e não para de sonhar. “Mudança, frente, qualquer coisa. Pagou, a gente está indo”, disse um trabalhador informal.

“Eu optei por trabalhar na informalidade mesmo porque eu não consegui mais um trabalho”, contou outra trabalhadora informal.

“Pode estar ruim hoje, ruim amanhã, mas eu estou aqui, eu estou na guerra porque eu vim para ganhar”, afirmou a ambulante Jacksayene.

As histórias desses trabalhadores formam um retrato do Brasil.

“Eu me chamo Jacksayene Fabrício Antonio. Estou com 24 anos”, contou.

Jacksayene vende meias nas ruas de Copacabana, na Zona Sul do Rio, há três anos. O negócio que ela improvisou na calçada rende R$ 1.200 por mês. Metade dos trabalhadores no Brasil vive com esse valor.

“O que eu ganho eu ajudo a minha mãe e meus sobrinhos. Parei de estudar, vim trabalhar”, contou ela.

As mulheres recebem, em média, 20% menos que os homens. Quem não completou o ensino fundamental ganha R$ 1.227 por mês, quase a metade da média dos brasileiros.

“Eu sou Marcos Vieira, trabalho na rua há 25 anos, de comércio ambulante”, contou outro trabalhador informal. O Marcos terminou o ensino médio, mas não consegue mais emprego. “Desde 2012 até então eu estou trabalhando vendendo capa de celular, acessórios. E essa é a minha renda até hoje”, disse.

Mesmo com mais gente trabalhando em condições precárias na informalidade, os brasileiros tiveram ganho real em seus rendimentos em 2018 de 2,3%, segundo a pesquisa do IBGE. Mas o que explica isso é o aumento da concentração de renda no país. Os 5% mais pobres ganharam 3% a menos. Já os mais ricos, que representam 1% da população, viram seus rendimentos crescer mais de 8%.

A renda dos mais ricos é 33,8 vezes maior que a média dos 50% mais pobres. Um recorde na série histórica do IBGE, que começou em 2012.

O número de pessoas beneficiadas pelo Bolsa Família caiu de 15,9% para 13,7%. E o Índice de Gini, que mede a desigualdade de um país, voltou a subir em 2018 e atingiu o pior resultado da pesquisa. O índice varia de zero a um. Quanto mais próximo de um, pior é a distribuição de renda.

“Eu torço para que o Brasil, um dia, não sei quando, seja um pais mais justo”, disse a professora aposentada Glória Batraque.

Aposentadorias como a da professora Glória contribuem cada vez mais com a renda das famílias. Ela contratou Jorge para transportar a geladeira nova. “Jorge César Pinto. Tenho 13 filhos com muito orgulho”, contou. Um brasileiro que, como tantos outros, encara qualquer desafio para pagar as contas: "não peço nada a ninguém para sustentar eles. Sustento eles com meu suor, graças a Deus”.

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