O governo de François Hollande reagiu nesta quarta-feira (24) à notícia de que os Estados Unidos espionaram os três últimos presidentes da França.
"É inaceitável", disse o porta-voz do governo francês Stephane Le Foll.
A França convocou a embaixadora americana para dar explicações e disse que um enviado do governo vai aos Estados Unidos para descobrir mais detalhes do programa de espionagem revelado pelo site Wikileaks.
Entre 2006 e 2012, o palácio presidencial do Eliseu, em Paris, foi monitorado pela Agência Nacional de Segurança Americana, a NSA.
A NSA grampeou os três últimos presidentes do país – o atual, François Hollande e os anteriores, Nicolas Sarkozy e Jaques Chirac.
A França é a aliada mais antiga dos Estados Unidos. Mas foi alvo da mesma espionagem feita contra os governos do México, da Alemanha e, como o Fantástico revelou em 2013, do Brasil.
O presidente Barack Obama disse ao colega francês François Hollande que o monitoramento parou em 2013 e não se repetirá. Depois de um incidente parecido, a presidente Dilma Rousseff cancelou uma visita aos Estados Unidos em 2013 e as relações entre Brasília e Washington esfriaram durante dois anos. Só agora o clima começa a melhorar, com a vinda da presidente à Casa Branca na próxima terça (30).
E exatamente nesta quarta-feira (24) o parlamento francês aprovou a lei que dá carta branca ao governo para monitorar a internet dos suspeitos de terrorismo. Ativistas de direitos civis criticam o projeto. Dizem que vigiar o cidadão comum sem autorização da justiça é, na prática, um programa de vigilância em massa.