Um dia depois de apresentar a proposta de orçamento para o ano que vem, o governo agora busca apoio do Congresso para tentar cobrir o rombo previsto de R$ 30 bilhões.
O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, foi à Câmara explicar para a bancada do PT os números do orçamento do ano que vem.
O líder do governo acha positivo o pedido de apoio: “o caminho escolhido pela presidenta foi o melhor para dialogar com o Congresso e com a população”, fala deputado José Guimarães (PT- CE), líder do governo.
A oposição criticou o orçamento com déficit. “A responsabilidade é do Poder Executivo. Ministério da Fazenda que arrecada, o Ministério do Planejamento que organiza os gastos e quando não se entendem transferem a responsabilidade para o Legislativo mais uma responsabilidade, mais uma prerrogativa da presidente Dilma, que é transferida ao Congresso Nacional”, diz Bruno Araújo (PSDB - PE), deputado federal.
Enquanto o governo projeta um crescimento da economia de 0,2% em 2016, o mercado diz que a recessão vai continuar e o PIB vai ser negativo. O governo prevê inflação de 5,4%. Já o salário-mínimo proposto para 2016 é de R$ 865,50. Um aumento de quase 10%.
Na apresentação da proposta nesta segunda-feira (31), o ministro Nelson Barbosa disse que não é ilegal apresentar o orçamento com o rombo de R$ 30,5 bilhões, e que o principal desafio agora é controlar o crescimento dos gastos obrigatórios como previdência, saúde e salários dos servidores. Disse também que os programas sociais, como o ‘Minha Casa Minha Vida’ serão revistos. O ritmo das obras vai cair. O ministro da Fazenda, afirmou que o reequilíbrio das contas depende de reformas de longo prazo, da sociedade e do Congresso.
“A gente vai precisar de uma ponte segura, que dê estabilidade fiscal para chegar lá, que nos dê as receitas para cobrir as despesas nesse curto prazo. Podem ser ações temporárias, podem ser provisórias”, fala o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
O orçamento vai ser analisado por uma comissão mista, formada por deputados e senadores que deve decidir os primeiros passos do cronograma de trabalho. O Palácio do Planalto já pediu empenho dos aliados para ajudar a encontrar formas de reequilibrar as contas.
A presidente Dilma Rousseff espera também o apoio do presidente do senado Renan Calheiros, com que se reuniu hoje de manhã e da Câmara, Eduardo Cunha. A conversa com o deputado está marcada para esta terça-feira. Será o primeiro encontro dos dois depois que Eduardo Cunha anunciou o rompimento com o governo.
O governo disse que está contando com aumento de impostos e que ainda precisa conseguir R$ 37 bilhões com vendas de ativos como leilões de folha de pagamento, concessões à iniciativa privada e venda de imóveis. Algumas receitas não são garantidas porque precisam ser aprovadas pelo Congresso.