Na última coluna que faz de Londres, antes de voltar a trabalhar no Brasil, o correspondente Renato Machado se despede com um balanço do período em que comentou os fatos da Europa para o Jornal da Globo.
Nos últimos quatro anos a Europa mudou. Quem esperava bons resultados da União Europeia se enganou. As crises tornam o continente uma região instável.
Por diversas razões. A guerra na Síria expõe interesses divergentes e belicosos de três países disputando hegemonia: Irã, Arábia Saudita e Turquia. Na sombra, a Rússia, que muito europeu vê com desconfiança.
Essa confusão teve uma consequência dramática para a Europa: centenas de milhares de refugiados. A eles, se somaram os migrantes que fogem da pobreza do norte e centro da África.
Outro imimigo dos europeus é o terrorismo. Grécia, Itália, os paises do leste e, sobretudo, a França e o Reino Unido, são alvos das células extremistas do Estado Islâmico. Contra esse bando os europeus se armam. As imagens são de guerra.
Na economia, os europeus patinam, os países da Zona do Euro quase não crescem, os fundamentos da União Europeia – liberdade de ir e vir e de comércio, moeda forte e democracia – estão hoje ameaçados. Ressurgem no continente as ideías da extrema direita.
Hoje mais forte justamente onde nasceram os princípios de igualdade e liberdade a França. Europa: em paz, rica e próspera? Ainda não.