Edição do dia 01/09/2015

02/09/2015 02h31 - Atualizado em 02/09/2015 03h12

Dilma envia ministros ao Congresso por apoio à proposta de Orçamento

Ministros do Planejamento e da Fazenda dialogaram com parlamentares.
Presidente se reuniu também com Eduardo Cunha, presidente da Câmara.

Fabiano AndradeBrasília, DF

No esforço de conseguir apoio à proposta de orçamento do ano que vem, a presidente Dilma Rousseff mandou dois ministros ao Congresso e ainda recebeu no Palácio do Planalto o presidente da Câmara, que tem criado sérias dificuldades ao governo.

Foi o primeiro encontro com a presidente desde que Eduardo Cunha anunciou o rompimento com o Planalto há quase três meses. Ele defendeu que o governo assuma mais responsabilidades.

"Eu continuo mantendo que o que o governo tem que fazer a sua parte nem que seja simbólica. Corte de ministérios é simbólico. Tem que mostrar para a sociedade que todos estão imbuídos  no espírito de sacrifício", declara o deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), presidente da Câmara.

No Senado, o presidente Renan Calheiros disse que não pretende devolver o orçamento, como quer a oposição.

"Tiro, porrada e bomba, para utilizar uma expressão tão contemporãnea da música brasileira, não reerguem nações, espalham ruínas e lamentavelmente só ampliam escombros. Nós não seremos sabotadores da nação e nem agentes demais instabilidade", diz o senador Renan Calheiros (PMDB/AL), presidente do Senado.

Os ministros do Planejamento e da Fazenda foram escalados para dialogar com os parlamentares. Eles passaram o dia no Congresso.

O relator do Orçamento alertou que o buraco pode ser ainda mais fundo. "Faltou recursos que o Congresso geralmente coloca, que é para a compensação da desoneração das exportações dos estados, alguns recursos para as reservas e emendas individuais, que a Constituição fala que é 1,2% da corrente líquida, veio 1%. Mas, por enquanto, os 3,5% nós temos que buscar aqui", afirma o deputado Ricardo Barros (PP/PR), relator do Orçamento.

Na tentativa de diminuir o rombo no Orçamento, o governo anunciou medidas para aumentar a arrecadação. Artistas e jogadores de futebol, por exemplo, vão pagar mais impostos sobre o direito de imagem. Quem fizer empréstimo com o BNDES, vai ter que pagar o imposto sobre operação financeira, que antes não existia para essa modalidade. Smartphones e algumas bebidas alcóolicas também vão ficar mais caros.

PIS e Cofins voltam a incidir sobre computadores e celulares. Até 9,65%, dependendo do faturamento do fabricante. Vinhos nacionais e importados terão ipi de 10% do valor da garrafa. Para as cachaças, 20%. Uísques, vodcas e licores terão aumentos maiores. A previsão do governo é arrecadar mais de R$ 11 bilhões.

Joaquim Levy pediu aos parlamentares que mantenham os vetos presidenciais a projetos que criam novas despesas, como o do reajuste aos servidores do Judiciário.

"A manutenção dos vetos é um fator muito importante para se manter o nível de equilíbrio da economia brasileira", declara o ministro Joaquim Levy.

 

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