Dois dos quatro auditores fiscais suspeitos de integrar a máfia do ISS foram ouvidos novamente nesta segunda-feira (16) pelos promotores que investigam o caso.
Mais uma vez, Ronilson Bezerra Rodrigues negou todas as acusações. Ele é apontado pelo Ministério Público como o chefe da quadrilha que fraudava a cobrança do imposto sobre serviços, da prefeitura de São Paulo.
Ronilson foi subsecretário municipal de finanças no governo de Gilberto Kassab, eleito pelo DEM, hoje no PSD. Os promotores não encontraram evidências de que o ex-prefeito soubesse do esquema.
O auditor Eduardo Barcellos também prestou depoimento hoje. Os auditores fiscais foram ouvidos numa investigação sobre o vereador Antonio Donato, do PT. Ronilson negou envolvimento com políticos, mas Barcellos deu uma versão completamente diferente.
Barcellos disse que no final de 2011, foi procurado pelo vereador Donato, que lhe pediu "se poderia ajudar na campanha” e que esta ajuda "era de 20 mil reais mensais, pagos religiosamente".
Segundo Barcellos, "seu salário como auditor fiscal era de R$ 15 mil líquidos e não poderia sem o dinheiro do chamado esquema do ISS contribuir legal e oficialmente para o vereador".
O fiscal declarou ainda que Ronilson também deu dinheiro da propina para Antonio Donato e para o vereador Aurélio Miguel, do PR.
Em nota, Antonio Donato declarou que o fiscal mente descaradamente, que jamais recebeu recursos dos envolvidos no esquema e que vai processar Barcellos por calúnia e difamação.
Aurélio Miguel também diz que as acusações são mentirosas. “Agora, querer ligar este vereador que buscou sempre a fiscalização, buscou sempre apurar os fatos, com alguém que foi pego com crime que nós observamos, se comprovar... é um absurdo”.
“Nós vamos trabalhar nesse sentido para tentar verificar a veracidade dessas afirmações por parte de Eduardo Barcellos. Foi tão contundente que disse que textualmente que aceitava até fazer uma acareação com quem quer que fosse pra confirmar o que estava dizendo”, afirma Marcelo Milani, promotor.