Por Nielton Santos, g1 Goiás


Vídeo mostra quando policial dá 'mata-leão' em maqueiro preso por desacato após confusão

Vídeo mostra quando policial dá 'mata-leão' em maqueiro preso por desacato após confusão

Um vídeo de câmeras de segurança mostra quando um dos policiais militares dá um golpe “mata-leão” em um maqueiro da Maternidade Célia Câmera, em Goiânia. Ele foi detido, após tentar impedir a prisão de uma colega enfermeira. Valteir Vieira dos Santos contou para a TV Anhanguera como a confusão começou.

“Hora que o policial chegou lá, a enfermeira explicou que a paciente tinha sido atendida, medicada e estava com a pulseira verde e queria passar na frente das outras mãezinhas”, disse o maqueiro.

A Polícia Militar de Goiás (PM-GO), por meio de nota, informou que os funcionários recusaram fornecer informações para o registro dos fatos, o que teria comprometido o andamento da ocorrência. “Tal conduta exigiu medidas adicionais por parte dos policiais para assegurar o cumprimento das determinações legais e o restabelecimento da ordem” (veja nota na íntegra ao final do texto).

Nas imagens exclusivas da TV Anhanguera mostram ainda quando a enfermeira Fabiana Ribeiro conversa com os policiais militares. Na sequência, ela se dirige para um corredor e é puxada pelo policial.

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O militar segura a enfermeira e tenta colocar os braços dela para trás, com o auxílio do colega. Outros funcionários intervêm, inclusive o maqueiro Valteir Vieira, que é imobilizado pelo outro policial pelo pescoço. Fabiana lamentou o episódio.

“Não precisava disso tudo. Era uma situação que estava para ser contornada com conversa. A gente está se sentindo injustiçado, por conta de toda essa situação”, ressaltou a enfermeira.

Fabiana lamenta o constrangimento que passou dentro da Maternidade Célia Câmara, que enfrenta uma crise financeira intensificada nos últimos dias com a prisão da alta cúpula da Saúde municipal.

“Eu estava no meu ambiente de trabalho, prestando uma assistência, que com certeza, eu nunca deixei a desejar. Eu estava prestando serviço à comunidade e ao município, que inclusive não pagou os nossos salários. E, nosso décimo terceiro está atrasado”, pontuou a enfermeira.

Ao g1 o delegado Rilmo Braga, da Central de Flagrantes, contou que contra Valteir Vieira foi registrado um auto de prisão em flagrante por resistência com lesão corporal. Para ser liberado, ele precisou pagar R$ 1.412 (um salário mínimo).

Fabiana, segundo o delegado, teve que assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), por desobediência. Ela foi liberada com compromisso de comparecer à audiência de custódia.

Neste domingo, o g1 voltou a conversar com o delegado Rilmo Braga para saber se houve reclamação da enfermeira e do maqueiro sobre abuso de autoridade dos policiais, mas segundo ele, “não houve nenhuma denúncia neste sentido”.

A Prefeitura de Goiânia, por meio de nota, informou que “acompanha o caso com atenção, aguardando o desenrolar das investigações. A Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsável pela gestão da Maternidade Célia Câmara, disse que não iria se manifestar sobre a divulgação dessas novas imagens internas da unidade. No sábado (7), a Fudahc enviou uma nota sobre o caso (veja nota na íntegra ao final do texto).

Imagens mostram abordagem de enfermeira e intervenção de maqueira durante ação policial — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Íntegra da nota da PM-GO

A Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO) informa que, na última sexta-feira (6), foi acionada para atender uma ocorrência no Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Célia Câmara, em Goiânia, relacionada a um possível caso de omissão de socorro envolvendo uma gestante que apresentava sinais de mal-estar.

Durante o atendimento, a equipe policial enfrentou resistência de alguns servidores do hospital, que se recusaram a fornecer informações essenciais para o registro dos fatos, comprometendo o andamento regular da ocorrência. Tal conduta exigiu medidas adicionais por parte dos policiais para assegurar o cumprimento das determinações legais e o restabelecimento da ordem.

Diante da recusa reiterada, dois servidores foram detidos pelos crimes de desobediência e resistência, sendo conduzidos à Central Geral de Flagrantes. O transporte foi realizado em veículo institucional do hospital, sob a supervisão da equipe policial. Na delegacia, a autoridade competente analisou os depoimentos das testemunhas e os fatos apresentados, culminando na lavratura de um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e em uma prisão em flagrante, com o devido encaminhamento às medidas legais cabíveis.

Ressalta-se que a gestante foi prontamente conduzida à sala de cirurgia, onde outro médico da unidade realizou o parto, resultando no nascimento de uma menina em segurança, garantindo a integridade da mãe e da criança.

A Polícia Militar reafirma seu compromisso com a transparência, a legalidade e a eficiência de suas ações. Para tanto, foi instaurado um procedimento apuratório que buscará esclarecer todas as circunstâncias relacionadas aos fatos ocorridos.

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