'Caçadores do Aedes' combate criadouros do mosquito em mais de 50 obras de Goiânia

A superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, ministrou o treinamento com a biológa Dulce Cleide, no qual abordaram as doenças causadas pelo aedes aegypti, os sintomas, e os cuidados para evitar os criadouros do mosquito.

"O treinamento é realizado com cerca de dois funcionários de cada obra e, após este treinamento, nossa equipe de agentes irá fiscalizar os locais - a cada 20 dias aproximadamente. Os canteiros de obras são locais propícios para criadouros do mosquito, como poços de elevador, restos de materiais e lajes que vão sendo construídas", diz Flúvia.

Segundo ela, se os agentes flagrarem água parada em algum local da obra, a empresa responsável será notificada e se, no prazo de dois dias, a situação não tiver sido regularizada, será aplicada uma multa de R$ 22 mil.

No treinamento, os “caçadores do aedes” aprenderam a identificar possíveis criadouros e a combater os focos do inseto dentro dos canteiros de obra, seja em materiais de construção ou até mesmo em equipamentos, evitando a proliferação do mosquito.

A assistente de gestão ambiental, Lorena Fernanda Matos, conta que essa é uma ação comum promovida pelo Serviço Social da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Seconci), e que tem a intenção de conscientizar as empresas de construção civil sobre o combate do mosquito aedes aegypti.

“O objetivo é de conscientizar, eu sou consciente dos riscos, meu funcionário também é, mas a gente tem que repassar isso. É um risco tão grande que às vezes a gente menospreza, um copo descartável, por exemplo, quando jogado fora da lixeira, já oferece risco. Temos que cuidar na rua, em casa, no trabalho, e em todos os lugares”, conta Lorena.

O servente Francisco Santos fiscaliza há 10 meses os possíveis focos do mosquito na obra onde trabalha. Ele conta que o treinamento ensinou ações que podem ser praticadas não só na obra, mas também em casa.

“As ações do treinamento foram muito boas. Aprendemos como fazer o controle das larvas com o cloro, tiramos a água parada das tampas e da lateral dos tambores, a esticar as lonas, e também fazer a limpeza das lajes que estão aqui na construção", diz.

Segundo ele, o controle das ações na obra onde atua acontece uma vez por semana, e em época de chuvas, as ações são realizadas duas vezes.

"Fazemos as ações no final da tarde, após o expediente, e onde há água acumulada, jogamos o cloro. As ações do treinamento serviram também não só para a obra mas para fazer em casa, por exemplo, de como limpar a calha”, conta o servente.

O treinamento teve duas fases, uma teórica, com palestras que abordaram a situação epidemiológica da dengue, zika e chikungunya, ações de combate e controle do mosquito nas obras. E ações praticas, em que os trabalhadores foram a campo para receber as orientações.

Ao todo, foram mais de 20 empresas de construção civil visitadas, com mais de 50 obras participantes. O treinamento aconteceu na última sexta-feira (1).

A coordenadora de segurança do trabalho Elisângela Faria ressalta a importância do treinamento para os funcionários e de ter novas maneiras de combater o mosquito aedes aegypti.

"É interessante que os nossos funcionários participem desses treinamentos, porque além de ter um olhar mais técnico de como captar e identificar larvas do mosquito na obra, eles ainda podem levar o que aprenderam para o seu bairro e para sua comunidade", explica.

O treinamento tem parceria com órgãos da prefeitura de Goiânia, Ministério Público, sociedade civil organizada e Seconci.