Globo Repórter - 23/08/2019
Nesta sexta (23), o Globo Repórter viajou até a Catalunha para descobrir os segredos de um lugar que, embora fique na Espanha, é mais antigo que o próprio país. Edney Silvestre experimenta sabores, aprecia arte, mergulha na fé catalã e ainda saboreia um belo vinho, tudo isso à beira do Mar Mediterrâneo. Conheça um pouco da história da região.
A Catalunha é uma região da Espanha que há anos busca a própria independência. Dona de um idioma próprio, o catalão, e mais antiga que o próprio país espanhol, a área é uma reunião de cidades bem preservadas, com clima medieval e praias à beira do Mar Mediterrâneo. Muitos moradores exibem bandeiras nas sacadas de suas casas, um desenho que representa não apenas a Catalunha, como o desejo de se separar dos “outros” espanhóis. Por séculos, as tentativas foram fracassadas. Hoje em dia, o povo catalão apenas lamenta a falta de diálogo entre as duas partes: para eles, o desejo pela separação perdura, enquanto a Espanha apenas finge não escutar os apelos de conversa.
Barcelona, uma das cidades mais famosas da Catalunha, é o berço das misturas gastronômicas. No mercado La Boqueria, é possível encontrar gente de todos os lugares do globo e, claro, comida para todos os gostos. As azeitonas, por exemplo, chegam a ser servidas com camarões e lulas; se você quiser algo mais cítrico, também é possível adicionar limão. E, falando em comida, você sabe o que são as tapas? São combinações de pão com frios (e às vezes até outros ingredientes) que podem ser comidas no próprio balcão.
A Catalunha é a principal produtora de vinhos da Espanha, justamente por conta do clima mediterrâneo da região. Por lá, as vinícolas são chamadas de “bodegas”, podendo comportar grandes barris.
A Catalunha é uma região com fortes crenças. Todos os anos, milhares de fiéis visitam o lugar para conhecer a Virgem Negra da Catalunha, a padroeira. Conta-se que meninos brincavam aos pés das montanhas em Montserrat, a aproximadamente 50 quilômetros de Barcelona, quando ouviram um cântico. Ao olharem para cima, avistaram uma luz. Curiosos, resolveram ir até lá: a canção vinha de uma caverna e, dentro dela, a Virgem Negra os aguardava. É possível visitar uma imagem da virgem em um dos monastérios de Montserrat ainda hoje, mesmo após séculos desde a história ter surgido.
Além de Montserrat, a capital da Catalunha também atrai olhares dos mais religiosos. Uma das grandes construções é a Igreja da Sagrada Família, uma estrutura que, mesmo após 140 anos do início das obras, ainda segue inacabada. O grande arquiteto catalão Antoni Gaudí foi quem projetou os detalhes da igreja, que tem, no exterior, imagens esculpidas que fazem referência à Bíblia. Na parte interna, o artista quis que a estrutura se assemelhasse a um bosque, o que torna tudo ainda mais bonito.
O arquiteto Antoni Gaudí é um dos nomes mais lembrados quando o assunto é a arte catalã. Suas obras, vistas em várias partes da Catalunha, podem ir de uma mansão que se assemelha a um dragão até um simples poste de rua: o ferro fundido era uma das técnicas apreciadas e mais tradicionais da região.
Outro artista bastante reconhecido é Salvador Dalí. Tendo o bigode revirado para cima como sua marca registrada, o pintor e artista ficou conhecido por sua maneira particular de se expressar na hora de montar suas grandes obras. Isso porque Dalí, acima de tudo, se preocupava com os efeitos de sua arte sobre o público, queria atender e surpreender os espectadores.