A Samarco, cujos donos são a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, disse que a água que chega às torneiras dos moradores de Colatina, na região Noroeste do Espírito Santo, está com a mesma qualidade da que era distribuída antes. Apesar de ter chegado amarelada e com cheiro forte de cloro, ela começa a chegar com a mesma qualidade de antes em alguns bairros.
De acordo com a empresa, a qualidade da água que abastece Colatina foi atestada pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), pela Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan) e por outros laboratórios especializados.
Em nota, a Samarco informou que o relatório de qualidade emitido pelo Cesan e pelo laboratório Limnos também foi submetido às análises do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), e de técnicos em tratamento de água da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que também constataram que a água está própria para o consumo da população.
Coloração da água
Logo quando Colatina voltou a abastecer a cidade com o Rio Doce, a água chegava à população com cheiro de cloro e amarelada.
Segundo a Samarco, isso acontece porque "quando o tratamento é restabelecido após interrupções prolongadas, a dosagem do hipoclorito de sódio aumenta para evitar a contaminação da água nas tubulações e caixas d´água que ficaram paradas", disse em nota.
No bairro Santos Dumont, em Colatina, a moradora Vania de Oliveira percebeu que a cor da água voltou a ser clara. "A água que chega nas torneiras está normal. A gente não bebe ela mesmo passando pelo purificador, porque vemos a cor do Rio Doce e ficamos com medo. Tem gosto de cloro", disse.
A Samarco orienta a população a repetir os hábitos de consumo que já adotava antes da chegada da lama de rejeitos: tratamento, fervura ou filtragem adicional.
Baixo Guandu
O município de Baixo Guandu também foi um dos afetados pela lama de rejeitos no Espírito Santo. A cidade, que captava água do Rio Doce, substituiu a captação pelo Rio Guandu, após a construção de adutoras.
A prefeitura explicou que continua com o abastecimento com o Rio Guandu, porque há essa alternativa. Como a qualidade da água do Rio Doce pode variar dependendo das chuvas ou comportamento do rio, Baixo Guandu optou por continuar com a alternativa encontrada antes.