Se você não gosta de cerveja e quer começar a apreciar a bebida, há uma boa notícia: pode ser só uma questão de aprimorar o paladar.
“Em um universo com cerca de 140 estilos de cerveja, é muito mais fácil encontrar algo que vá de acordo com cada paladar. Temos rótulos mais doces, com mais ou menos acidez, com adições de frutas. O mais importante é buscar novidades”, diz o sommelier e chef Ronaldo Rossi.
Mesmo que cada um tenha seus próprios gostos e preferências, Rossi afirma que dá para indicar uma espécie de “caminho” para quem quer entrar no universo das cervejas e seus vários estilos. Para os iniciantes, ele sugere que experimentem pilsens puro malte, depois passem para as de trigo alemãs, em seguida tentem as inglesas, depois as belgas, e por fim as americanas.
“Quando você pega uma pilsen, a chance de rejeição é quase zero, são cervejas bem parecidas, com intensidade média, sem muito exagero de lúpulo. Depois, as de trigo alemãs vão trazer aromas que você consegue identificar, normalmente associados à banana e ao cravo, que aparecem em função da própria levedura”, descreve o sommelier.
As inglesas já trazem mais intensidade. “São cervejas Ale. E as Ale são mais complexas do que as Lagers, de forma geral. Depois, quando você vai para as belgas, você tem ainda mais complexidade. A partir daí, e com as americanas, a acidez é mais extrema”, diz Rossi.
Isso não quer dizer que você não possa pular etapas ou iniciar pelos estilos do meio e ficar por ali. “Tem muita gente que se encontra nas amargas. O mais importante com cerveja é você ser feliz enquanto está tomando. Se você é feliz bebendo cerveja popular de dois reais, fica nela”, diz o sommelier.
loja especializada em cerveja.
A trajetória cervejeira da designer gráfica Mayra Oliveira, 25, foi semelhante. Tomava cerveja quando saía com os amigos, mas nunca apreciou o sabor. Achava amargo. A mudança de perspectiva aconteceu há cerca de cinco anos, quando trabalhava em um bar e passou a ter mais contato com o mundo cervejeiro.
“Meus chefes falavam sobre o assunto, então comecei a entender mais sobre cerveja, e experimentar, entender meu gosto. Provei as de trigo. Elas foram a primeira paixão”, explica a carioca.
As preferidas, agora, estão no estilo Indian Pale Ale, as IPAs. “É engraçado, porque eu não gostava do amargor, e a IPA é amarga. Quando tomei a IPA pela primeira vez, achei forte, ruim e amarga, então decidi pesquisar. Queria saber como era, como era feita, foi uma questão de aprimorar o meu gosto”, diz.
Hoje, Mayra bebe por prazer. Duas ou três vezes por semana, tenta saborear seus estilos preferidos ou conhecer bares diferentes para experimentar novos rótulos. A paixão irá mais longe: os planos da designer são, futuramente, fazer um curso de sommelier e talvez até produzir sua própria cerveja.