g1 testa: airfryers 2022 — Foto: g1
Black Friday e airfryer viraram quase sinônimos nos últimos anos. Em 2021, o Guia de Compras testou cinco modelos dessas panelas queridinhas dos brasileiros para descobrir se compensa comprar o eletrodoméstico para ajudar na cozinha. A resposta foi "sim".
Agora, novos modelos à venda nas lojas on-line vêm com mais potência e recursos que as airfryers já testadas não tinham, como Wi-Fi e resposta a comandos de voz. Sim, a Alexa consegue mandar na airfryer agora.
Os fornos com airfryer – que também são produtos mais modernos e com mais recursos – não foram incluídos neste teste. O Guia avaliou quatro forninhos separadamente.
Nesta reportagem, o g1 testou seis modelos de airfryers tradicionais lançados em 2022, com preços que iam de R$ 450 a R$ 1.500 nas lojas on-line consultadas no meio de novembro.
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As capacidades das airfryers avaliadas variam entre 3,5 litros e 7 litros. Os modelos testados foram:
Foram analisados manuseio do cesto, controles, funções pré-programadas, uso do app/conexão ao wi-fi (dependendo do modelo) e limpeza do equipamento. E o mais importante: como ficaram os alimentos.
Em cada airfryer foram preparados quatro pratos: os básicos batata frita, pão de queijo e peito de frango, além de uma sobremesa simples – banana assada com casca (com ou sem canela).
Tudo seguindo as instruções (ou apps) dos aparelhos — nenhum "expert" em culinária participou dos testes.
Confira abaixo como cada uma se saiu. E leia, ao fim da reportagem, o que mais foi aprendido com o uso da nova geração de "fritadeiras" sem óleo.
Arno Airfry Ultra — Foto: g1
A Airfry Ultra, da Arno, tem o design mais distinto dentre os modelos testados.
Ela vem em versões 110V e 220V, com garantia de 1 ano. Custava R$ 800, em meados de novembro, nas lojas on-line consultadas.
🛒Onde comprar o produto:
Com visor digital e painel analógico, tem um look “retrô”, mas seu principal diferencial é o interior, que, em vez de seguir o padrão de um cesto maior e outro menor, vem com uma bandeja circular perfurada, antiaderente e removível.
A única desvantagem desse design é que é mais difícil encaixar e desencaixar a bandeja do que nos outros modelos, visto que ela fica presa por uma borrachinha e deve ser empurrada e puxada pelo pino central.
Bandeja circular do modelo da Arno — Foto: Laís Ribeiro/g1
O aparelho tem capacidade média de 4,2 litros e não ocupa muito espaço. É fácil de limpar por dentro e por fora.
A temperatura vai de 70º a 200ºC e tem timer de até 60 minutos para regulagem manual. Além disso, é programada com oito receitas: carnes, peixes, aves, frutos do mar, batata frita, bolo, pizza e “snacks” (termo usado pelo manual).
A potência de 1.620 W e o sistema de ventilação atendem muito bem no preparo dos alimentos, pois este foi um dos aparelhos com o melhor desempenho.
As batatas fritas ficaram crocantes e o frango (que recebeu um fio de azeite antes de ir para a panela) não ressecou, um resultado mais satisfatório que no da Black+Decker e no da Electrolux. Os pães de queijo e a banana também assaram bem.
Um ponto de atenção para o modelo é dispor os alimentos ao redor do pino da bandeja e seguir as recomendações do manual sobre quais devem ser virados na metade do tempo.
Ao retirar o cesto no meio do uso, a airfryer desliga como medida de segurança. Inserir o cesto novamente faz com que ela volte a funcionar de onde parou, recurso útil para mexer os alimentos.
Black+Decker TechnoFryer AFD7Q — Foto: g1
A AFD7Q, da Black+Decker, é a maior das airfryers testadas, com 7 litros de capacidade e um cesto espaçoso. Segundo a fabricante, é possível assar um frango inteiro com facilidade (afirmação que não chegou a ser testada pelo Guia).
Sua potência é de 1.700 W, atingindo temperaturas de 80º a 200ºC. Encontrado nas versões 110V e 220V, o produto custava R$ 800, no meio de novembro, nas lojas on-line consultadas.
🛒Onde comprar o produto:
O design do modelo é quadradão, com painel todo digital. O cesto é do tipo convencional, com uma parte menor encaixada na maior, e tem ranhuras para circulação do ar.
Tamanho e formato do cesto do modelo da Black+Decker. — Foto: Laís Ribeiro/g1
O timer, de até 60 minutos, possui um aviso sonoro alto. O cozimento pode ser regulado manualmente ou através das sete receitas pré-programadas no aparelho (batatas, costela, camarão, bolo, frango, bife e peixe).
O manual sugere acrescentar cinco minutos ao tempo de preparo dos alimentos, para que a airfryer possa pré-aquecer antes, o que se mostrou necessário: as batatas e o frango, assados sem seguir a recomendação, ficaram um pouco abaixo do ponto.
Já os pães de queijo (feitos em grande quantidade) e a banana ficaram bons com a adição de alguns minutos para o aquecimento.
Assim como o modelo da Arno, ela para de funcionar ao ter seu cesto retirado, e retoma o cozimento quando ele é novamente encaixado.
Electrolux Grand Airfryer EAF30 — Foto: g1
Semelhante ao da Arno, a Grand AirFryer EAF30 da Electrolux é um modelo de capacidade média, com 4 litros.
É a mais simples da lista e também a mais barata, tendo sido encontrada por R$ 455, em novembro, nas grandes lojas on-line. Está disponível nas versões 110V e 220V, com garantia de 1 ano.
🛒Onde comprar o produto:
A potência é de 1.400 W, tem timer de até 30 minutos e não tem receitas pré-programadas – deixando o modelo em desvantagem em relação aos outros do teste.
Na parte de cima, diretamente no aparelho, estão escritas algumas receitas sugeridas, com indicação de tempo e temperatura. São elas: legumes, frango, peixe, batata, pão de queijo, pastel, hambúrguer e bovino.
Receitas escritas no modelo da Electrolux. — Foto: Laís Ribeiro/g1
No painel, possui apenas dois botões, um para definir a temperatura (que vai dos 80º aos 200ºC) e outro para o tempo. O aviso sonoro do timer é o mais sutil entre as airfryers resenhadas.
Os preparos ficaram todos no ponto, embora os tempos de cozimento tenham sido maiores que nos outros modelos – consequência da potência baixa.
O frango foi o que tomou mais tempo: 30 minutos, contra os 20 da Arno e da Black+Decker. Com o período mais longo, ficou ligeiramente seco.
Midea GrandGourmet — Foto: g1
A Midea GrandGourmet é uma airfryer de grande capacidade – 5,5 litros – com painel sensível ao toque e com funções adicionais que expandem seu uso – como desidratar, assar e tostar.
Sua potência é de 1.700W e a temperatura pode ser ajustada entre 40º e 200ºC, com timer de até 60 minutos. Tem versões em 127V e 220V e sua garantia é de 1 ano.
Nas lojas on-line, era vendida por R$ 800 no meio de novembro.
🛒Onde comprar o produto:
A airfryer tem todos seus comandos na parte superior, com um painel digital que permite o controle de tempo, temperatura e das funções adicionais: desidratar, assar, tostar e manter a comida aquecida.
A bandeja também é dupla, com uma cesta menor dentro de uma menor, com proteção antiaderente. Durante os testes, foi fácil de limpar.
Detalhe do painel digital da Midea GrandGourmet — Foto: Henrique Martin/g1
Vale notar que a bandeja interna tem ranhuras na lateral para maior circulação de ar.
O processo de utilizar a Midea GrandGourmet é, no geral, também muito bom. O cozimento das receitas foi rápido e ela avisa quando está na hora de mexer a comida na bandeja, para obter uma distribuição melhor do calor.
A única ressalva foi que, ao fazer a batata frita congelada, deu para perceber um pouco de água saindo na base da bandeja – algo que não ocorreu nos demais modelos do teste.
O frango ficou bem cozido por dentro e bastante úmido – aqui o azeite fez uma boa diferença. A batata saiu crocante e sequinha, o pão de queijo cresceu e ficou saboroso e a banana encheu a casa de aroma.
Philips Walita Airfryer High Connect — Foto: g1
A Philips Walita Airfryer High Connect é a fritadeira sem óleo mais cara do teste, sendo vendida por R$ 1.500 nas lojas on-line em novembro.
🛒Onde comprar o produto:
Tem capacidade de 4,6 litros e uma funcionalidade curiosa: tem wi-fi integrado e pode ser comandada por um app para celular e até mesmo pela assistente digital Alexa, da Amazon, ou Google Assistente.
A potência é de 2.000 W – a maior desta lista e também que a dos modelos do primeiro teste –, com ajuste de temperaturas de cozimento que vão de 80º a 200ºC. Tem versões em 127V e 220V e garantia de 2 anos, de acordo com a fabricante.
Os comandos ficam em um painel digital no topo do aparelho, com ajuste de tempo e temperatura, indicador de conexão ao wi-fi e sete receitas pré-programadas (batatas e salgadinhos congelados, batatas frescas, frango, peixe, assar, carne e vegetais grelhados.
Esse painel também traz um botão muito útil: o de manter a comida aquecida.
A conexão por wi-fi foi feita de forma simples. É preciso baixar o app NutriU (para Android e iPhone) e seguir as instruções – pelo app de Android, foi rápido cadastrar a rede doméstica e fazer a conexão.
Pelo app também é feita a ligação da airfryer com a assistente digital Alexa, da Amazon. Desse modo, dá para usar comandos de voz para ligar a fritadeira – parece um recurso mais para impressionar visitas do que ser uma utilidade no dia-a-dia. O modelo da Xiaomi também faz isso.
Philips NutriU: receitas e comandos por wi-fi para a airfryer — Foto: g1
Na prática, o app serve para buscar as receitas e enviar os comandos para a airfryer – a receita de batatas fritas congeladas pede 25 minutos a 180º C e envia esse pedido para a fritadeira.
A fabricante diz ter “centenas de receitas” no aplicativo – de bolo de banana a rosbife – e isso é um ponto positivo no aparelho.
A bandeja segue o padrão desse tipo de produto: uma cesta menor encaixada dentro de uma maior. Ambas com proteção antiaderente, fáceis de limpar.
O uso geral da Airfryer High Connect foi muito bom. A comida cozinhou rápido – a batata frita congelada, apesar da receita, precisou de mais uns 5 minutos para dar um pouco a mais de dourado e crocância.
A batata – assim como todas as receitas feitas nas airfryers – requer um “chacoalhão” manual no meio do processo. O produto da Philips Walita avisa na hora de mexer na comida.
O peito de frango, untado com um pouco de azeite e temperos, ficou muito suculento e úmido. Pão de queijo e banana ficaram no ponto certo também.
Xiaomi Airfryer Inteligente — Foto: g1
A Xiaomi Airfryer Inteligente é a menor fritadeira sem óleo do teste, com capacidade de apenas 3,5 litros. Mas também tem recursos de conexão ao wi-fi para envio direto de receitas direto do celular e pode ser ativada por voz tanto pela Alexa, da Amazon, quanto pelo Google Assistente.
O modelo, porém, está disponível apenas em 220V. Nas lojas da internet, seu preço era de R$ 1.000 nas lojas on-line consultadas em novembro.
🛒Onde comprar o produto:
O app usado pela Xiaomi é o Mi Home, espécie de "central da casa inteligente" da marca. O processo de adicionar a fritadeira e conectá-la à internet foi rápido usando o Mi Home.
O aplicativo tem uma vantagem para controlar o aparelho – que se une ao Google Assistente ou Amazon Alexa, as opções de assistente de voz.
Na airfryer, os comandos são todos feitos usando um botão giratório que alterna as opções na pequena tela – que está em inglês. Quem não fala a língua tem a opção de mandar o comando para a Alexa, em português.
O app, pelo menos, foi traduzido. Segundo a Xiaomi, tem "mais de 100" receitas configuradas no aplicativo.
Mi Home: controle da airfryer e receitas — Foto: g1
Tem até receita de iogurte – que leva mais de 8h para ficar pronta em baixas temperaturas. A airfryer tem controle de temperatura de 40º a 200º.
Pelo porte pequeno do produto, sua bandeja também é menor – no mesmo design de um cesto dentro do outro. A Xiaomi foi a única a vir com uma grade para usar na grelha de alguns alimentos – como o frango, por exemplo.
No geral, o uso da Xiaomi Airfryer Inteligente foi muito bom. Em comparação com os modelos da Philips Walita e da Midea, fez a melhor batata frita – que ficou um pouco mais úmida, lembrando uma fritura de verdade.
O peito de frango também ficou bom, assim como o pão de queijo – difícil de errar nesse tipo de eletrodoméstico – e a banana assada.
Afinal, vale a pena comprar uma airfryer?
AIRFRYER "FRITA" MESMO? O guia de airfryers do g1 já contou que isso não acontece de verdade — fritar exige óleo, o oposto do que esses aparelhos propõem.
A maioria das airfryers testadas conseguiu imitar os resultados de batatas fritas de verdade, dando crocância, aspecto dourado e a vantagem de ficarem bem sequinhas.
Mas esse alimento, quando comprado congelado, muitas vezes já vem com óleo na composição (até por isso, alguns manuais indicam preparos diferentes para a versão congelada e a caseira). Neste teste, o produto usado foi direto do freezer para o cesto.
Já no peito de frango, o resultado foi bem diferente do primeiro teste – ajustar o método de preparo (com um pouco de azeite) deixou o prato suculento e úmido.
A banana, apenas cortada ao meio e assada direto na casca, ficou parecida com aquelas feitas na churrasqueira: quente, úmida e docinha. A versão com canela também foi um sucesso. Só uma tentativa em colocar açúcar demerara em cima que não deu muito certo – o açúcar empedrou.
Sempre é bom lembrar que uma ou duas gotinhas de azeite ou óleo na comida fresca ajudam a melhorar o resultado. Mas, atenção: elas devem ser colocadas no alimento, e não no aparelho.
APARELHO CONECTADO FAZ DIFERENÇA? Mais no bolso do consumidor do que no uso cotidiano da airfryer. Os modelos da Philips e da Xiaomi podem ser operados tanto pelos seus painéis e botões quanto pelo app ou assistente digital.
A única coisa a prestar atenção é que, para uso conectado, essas airfryers precisam sempre estar ligadas à tomada – se desligar para guardar o equipamento, é preciso aguardar uns minutos para restabelecer a conexão à rede.
OUTROS RECURSOS IMPORTAM Tanto o modelo da Midea quanto da Xiaomi vêm com funções de desidratar alimentos – algo observado também nos fornos com airfryer de maior porte.
É um processo mais demorado que ocorre em temperaturas mais baixas, na faixa dos 40º aos 65ºC.
O TAMANHO DO CESTO INTERFERE NO COZIMENTO? Sim, é importante comprar o produto de acordo com o tamanho da família. Se você mora sozinho e prepara poucas porções por dia, uma airfryer de 5 litros pode ser demais.
É FÁCIL DE LIMPAR? As airfryers, no geral, são práticas na limpeza, já que as partes que entram em contato com os alimentos ou com as gorduras que eles liberam costumam ser revestidas com antiaderente.
As que são compostas por três ou mais partes, incluindo a grelha, podem ser mais chatas de limpar. Mas muitas delas vêm com aviso de que podem ir para a lava-louças.
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