Guia de Compras: teste com moedores elétricos de café — Foto: g1
Tomar café pela manhã – ou em qualquer outra hora do dia – pode ficar ainda melhor com um moedor de grãos elétrico.
Feitos para moer pequenas quantidades, conforme a necessidade, são suficientes para ajudar a encher a garrafa térmica e aprimorar a experiência diária.
Moer o grão do café na hora faz toda a diferença e resulta em uma bebida mais saborosa, independente do modo de fazer, dizem especialistas ouvidos pelo g1.
Mas não é uma experiência barata: os preços dos moedores, nas lojas on-line, variavam entre R$ 200 e R$ 580 no começo de abril.
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O g1 testou cinco modelos de moedores de café elétricos para uso doméstico.
Todos têm em comum a capacidade pequena (até 70 gramas), tampas de segurança que permitem o equipamento apenas quando fechadas e lâminas de inox no estilo hélice, que trituram o café de maneira uniforme.
Dois modelos, o da Black + Decker e o da Tramontina, também permitem moer algumas especiarias.
Os modelos avaliados foram:
Veja a seguir o desempenho dos moedores, como foram feitos os testes e a conclusão.
Moedor Bialetti Electricity — Foto: g1
O Bialetti Electricity é um moedor elétrico com capacidade para 50 gramas de café. O modelo tem 150W de potência, a mesma dos modelos da Oster e da Cadence. Para efeito de comparação, um liquidificador pode chegar a mais de 1.000w, dependendo do aparelho.
Seu design, como os modelos da Cadence e da Oster, segue o conceito de uma peça única, com uma tampa que funciona como trava de segurança. Aqui, o depósito de grãos é integrado ao corpo do aparelho.
A operação, como nos demais moedores, é bastante simples. Basta colocar a quantidade desejada de grãos, fechar a tampa e pressionar o botão aos poucos, de forma pulsada, por até 30 segundos, para deixar o café na moagem desejada.
Moedores de café: todos têm copos e lâminas de aço inoxidável — Foto: g1
Nos testes, o Bialetti Electricity foi o melhor dos três com corpo único. A moagem a 10 segundos deixou os grãos mais grossos – bom para cafés do tipo prensa francesa ou extração a frio.
Ambas são métodos de infusão que extraem mais sabores do café. A extração a frio, também conhecida como cold brew, é feita apenas com água em temperatura ambiente em contato com o pó de café por pelo menos 12 horas e filtrada após esse período, sem uso de água quente.
Com 20 segundos de moagem, o café ficou bom para usar em cafeteira ou filtro, com espessura média para fina. E, com 30 segundos, bastante fina, indicada para máquinas de café expresso.
O único ponto negativo desse tipo de modelo é a limpeza. Por mais que apenas café passe pelo depósito, passar um papel ou pano por ali sempre causa um temor de encostar nas lâminas e cortar o dedo.
O Bialetti Electricity era vendido por R$ 370 nas lojas on-line no começo de abril.
🛒 Onde comprar o produto:
Moedor Black + Decker MG200 — Foto: g1
Já o Black + Decker MG200 tem capacidade de moer 60 gramas por vez, com a maior potência (220W) entre os avaliados. É a melhor opção na relação custo/benefício, sendo capaz também de moer especiarias e sal.
Em abril, era vendido por R$ 250 nas lojas da internet.
Além da maior capacidade, o moedor da Black + Decker traz um copo de alumínio removível para moer os grãos – item presente também no moedor da Tramontina.
Moedores de café: moagem após 10 segundos, com resultado que varia de um pó grosso (ideal para o tempo) a médio — Foto: g1
Seu design lembra um liquidificador em miniatura, com uma base maior, o copo que se encaixa ao motor e a tampa, que traz ainda o botão de liga/desliga.
Nos testes de moagem, o Black + Decker MG200 cumpriu a função direito: grãos mais grossos aos 10 segundos, espessura média aos 20 segundos e fina aos 30 segundos.
Porém, aparentou ser o mais barulhento ao realizar a função durante o processo.
A limpeza do copo removível é muito mais fácil, já que pode ser feita com água e sabão – e o mesmo cuidado dos outros modelos.
O moedor também serve para outros grãos, como especiarias secas e até mesmo sal grosso.
🛒 Onde comprar o produto:
Moedor Cadence Di Grano — Foto: g1
Modelo mais barato da lista, vendido por R$ 200 nas lojas on-line em abril, o Cadence Di Grano é um moedor com 150W de potência muito similar aos da Oster e da Bialetti.
Sua capacidade é de 50 gramas de grãos de café. Durante os testes, foi o moedor que mais desperdiçou café moído ao abrir o equipamento – o pó circula e junta nas bordas e na tampa, caindo na superfície da pia após abrir o moedor. A situação não se repetiu em outros modelos da avaliação.
A moagem do Cadence Di Grano deixou os grãos em espessura média em 10 segundos, fina em 20 segundos e muito fina em 30 segundos – controlar o tempo aqui é essencial para não exagerar e ter uma extração ruim de café depois.
Pelo menos pareceu ser o mais silencioso dos cinco moedores testados.
Após 20 segundos de uso: moagem média para fina é a ideal — Foto: g1
Sua limpeza, por ter o depósito integrado ao produto, é similar à da Oster e à da Bialetti, precisando ser feita com mais cuidado.
Porém foi o único dos cinco moedores que tinha parafusos visíveis dentro do copo de moagem – os demais eram uma peça única de inox. Isso é um problema para limpar também, já que os pequenos grãos moídos podem acumular na cabeça do parafuso.
🛒 Onde comprar o produto:
Moedor Oster Inox — Foto: g1
O Oster Inox, com 150W de potência, é um moedor de depósito integrado – como o Bialetti e o Cadence – porém com um acessório único em sua caixa: um pincel para limpeza após o uso.
Sua capacidade também é de 50 gramas de café.
Após 30 segundos no moedor, o pó fino de café, mais indicado para expresso — Foto: g1
Nos testes, o Oster Inox deixou os grãos em espessura grossa para média aos 10 segundos, fina aos 20 segundos e muito fina aos 30 segundos.
O moedor também fez um pouco de sujeira na bancada após o uso, mas menos que o Cadence Di Grano. A limpeza do reservatório requer cuidado, porém o pincel ajuda bastante no processo.
Nas lojas on-line, o Oster Inox custava R$ 300 no início de abril.
🛒 Onde comprar o produto:
Moedor Tramontina By Breville Coffee & Spice — Foto: g1
O Tramontina by Breville Coffee & Spice, com 200W de potência, é um moedor muito parecido com o modelo da Black + Decker, com um copo de aço inox removível e capacidade de 70 gramas, a maior entre os modelos do teste.
O moedor também é o mais caro entre os modelos avaliados, sendo vendido por R$ 580 nas lojas on-line na primeira semana de abril.
O copo de aço inoxidável se encaixa na base com o motor – é barulhento, mas menos que o da Black + Decker. A tampa funciona como o botão de liga-desliga, ativando o processo de moagem ao pressioná-la para baixo.
A moagem seguiu um padrão de espessura grossa para média aos 10 segundos, média para fina aos 20 segundos e bastante fina aos 30 segundos.
A limpeza é fácil, já que o copo pode ser lavado na pia com água e sabão.
O moedor da Tramontina também é capaz de moer especiarias secas, como sementes de cardamomo, coentro e cominho, pimenta, linhaça e até mesmo amêndoas.
🛒 Onde comprar o produto:
Conclusão
MELHOR CUSTO/BENEFÍCIO: é o modelo da Black + Decker, já que tem um bom preço (R$ 250 nas lojas da internet) com um copo removível e a possibilidade de moer também especiarias.
TEMPO IMPORTA: No geral, todos os moedores fazem a mesma coisa: transformar grãos de café em pó.
É recomendável ler o manual para checar o tempo indicado de moagem pelo fabricante – que pode variar de acordo com a quantidade de grãos e a extração desejada.
Vale notar que os fabricantes não indicam o uso, no geral, por mais de 30 segundos para evitar superaquecimento do motor.
De qualquer forma, 30 segundos de moagem torna um pó bastante fino e pode criar "blocos" no fundo do copo de moagem, mais difíceis de limpar.
O resultado da moagem, dependendo do tempo, influi no café após sua extração, independente do método.
Ao fazer uma xícara de café coado com grãos moídos apenas por 10 segundos, o sabor fica fraco e o café tem uma cor clara. Aos 20 segundos, o sabor fica mais agradável, no ponto certo, e, aos 30 segundos, muito forte.
Aos 30 segundos, o filtro fica entupido com mais facilidade e a água demora mais para passar, já que a moagem muito fina leva a maior lentidão no processo.
Café passado - do muito fraco ao muito forte — Foto: g1
QUAL CAFÉ ESCOLHER? Ao deparar com cafés em grão no supermercado, é comum ver marcas convencionais – que já vendem o café moído – e, dependendo da loja, cafés especiais em grãos. "A escolha é sobre quanto você quer pagar para tomar um bom café", explica a gastrônoma Kay Gentile.
"Um café especial tem maior controle sobre a produção, sem outros resíduos no pacote. E a torrefação faz a diferença, já que cafés mais torrados têm maior amargor", diz.
E O LIQUIDIFICADOR? Ao buscar por moedores elétricos de café na internet, em algum momento vai surgir o tema de usar o liquidificador para moer café – afinal, é um dispositivo com motor potente, copo lavável e lâminas afiadas.
Na prática, não é bem assim. O resultado não é uniforme, principalmente ao usar pequenas quantidades – o fundo do copo fica com grãos moídos mais finos e o resto mais grosso, fora o que "voa" no copo grande do liquidificador.
Moer café no liquidificador não é uma boa ideia — Foto: g1
COMO FORAM FEITOS OS TESTES: os moedores foram utilizados todo dia por três semanas, com moagens para café filtrado e extração a frio (também conhecida como cold brew). Os grãos foram comprados em um supermercado.
Para a comparação visual, foram usadas 20 gramas de café em grãos (o equivalente a 200 ml de café coado) pesados em uma balança de cozinha – e moídas por 10, 20 e 30 segundos, respectivamente.
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