'The Walking Pet': Designer cria jogo que ajuda animais abandonados e incentiva adoção
"Para um animal abandonado, o mundo já é um apocalipse zumbi". Esta é a mensagem inicial do jogo "The Walking Pet", que tem um objetivo maior do que somente a diversão. Entre uma fase e outra, o game traz animais abandonados a fim de estimular a adoção de pets ou contribuir para a manutenção dos abrigos onde eles estão, bem perto de onde o jogador está (assista o vídeo acima).
Baseados na famosa série de TV "The Walking Dead", o jogador luta contra zumbis para salvar os pets em perigos. Ao resgatar o animalzinho, o jogo vai acessar um banco de dados que exibirá, dentro da plataforma, animais reais em abrigos próximos ao jogador e que precisam de ajuda ou adoção.
Como o jogo funciona também está no demonstrativo do vídeo acima.
Banco de dados com cachorrinhos disponíveis para adoção no jogo The Walking Pet — Foto: Reprodução
O projeto foi desenvolvido pelo designer de games de Nova Venécia Leonardo Zamprogno, 44 anos, que criou o jogo ao lado do programador Victor Hugo Abreu e do ilustrador Mike Zairos Pífano.
Todos os abrigos, bem como grupos de protetores e empresas voltadas ao bem-estar animal, estarão registrados no website do game. Desta forma, o jogador terá a possibilidade de consultar o nome, a idade e as características dos animais, além do abrigo onde o pet está localizado. Caso queira, o jogador também terá a opção de adotar, apadrinhar ou até mesmo mandar recursos ao lar do bichinho.
Personagens inspirados em pessoas reais
De acordo com Leonardo, os zumbis representados no jogo são todos inspirados em pessoas reais e em situações de maus-tratos aos animais.
Pedrinho Botija, Dona Celma e Maurício Chumbinho (da esquerda para a direita) são os zumbis de The Walking Pet — Foto: Reprodução
Alguns dos zumbis são o "Pedrinho Botija", que acelera o carro do gás quando vê um animal atravessando a rua; a "Dona Celma", que finge que está varrendo a calçada só para bater nos animaizinhos com a vassoura; e o "Maurício Chumbinho", que não perde tempo em jogar comida envenenada aos animais.
"Eu acompanho muito os perfis de pessoas que defendem a causa animal. Essas situações me revoltam bastante. Eu tô sempre acompanhando, tentando ajudar. Mas eu sei que é enxugar gelo. Pensei em fazer um projeto que, de alguma forma, dê um retorno para estes abrigos", disse Leonardo.
Segundo o designer, o "The Walking Pet" é um projeto que ele tem guardado há cerca de 10 anos, mas só conseguiu desenvolver após ser aprovado com no edital do Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo (Funcultura), da Secretaria de Cultura (Secult).
LEIA TAMBÉM:
"Sempre tive a vontade de ajudar com as habilidades que tenho"
A adoção de animais abandonados, por sinal, faz parte da vida de Leonardo. O designer disse ao g1 que tem dois doguinhos e uma gata que também foram encontrados na rua.
Leonardo Zamprogno e a os pets Olga (gata), Mel (caramelo) e Pitoco (branco) — Foto: Arquivo pessoal
"Eu tenho a Mel, uma cachorrinha que foi resgata no final de 2023; o Pitoco, um cachorrinho que foi resgatado há cerca de quatro anos, logo que cheguei em Nova Venécia; e também a Olga, uma gata que adotei há uns dois anos", disse.
Leonardo contou também que um dos pets que ele já teve vai ser homenageado no jogo.
"Eu tive o Pingo, que também resgatei das ruas e viveu comigo durante 15 anos. Ele morreu no ano passado, pouco antes de eu ser selecionado no edital. Minha ideia é fazer um cachorro ancião que vai ajudar os personagens principais para homenageá-lo", disse.
O designer é realmente um entusiasta da causa e usou isso como inspiração para a criação do game junto com os colegas.
"Eu sempre fui muito entusiasta na questão de animais carentes. Há um tempo atrás, eu fazia cartazes para as ações de um abrigo em Vitória, mas aí me mudei para uma cidade do interior, veio a pandemia, até perdi o contato com eles. Sempre tive a vontade de ajudar com as habilidades que tenho", disse.
Como jogar?
Por enquanto, segundo Leonardo, o "The Walking Pet" está em processo de desenvolvimento, com lançamento previsto para outubro de 2024. Após isso, o jogo estará disponível nas lojas de aplicativos, para ser baixado gratuitamente no celular.
The Waking Pet: jogo tem o objetivo de ajudar animais abandonados — Foto: Reprodução
Enquanto não é lançado, o designer e a equipe estão no processo de convidar abrigos, grupos de protetores e empresas voltadas ao bem-estar animal para se cadastrarem no site do jogo. Lá, essas instituições poderão cadastrar os dados gratuitamente, bem como os dados dos pets que estiverem disponíveis para adoção.
Os abrigos, grupos e empresas dispostas em fazer parte do jogo podem realizar um cadastro no site thewalkingpet.com.br. Quem estiver interessado em mais informações do projeto, basta seguir o perfil do "The Walking Pet" nas redes sociais.