Laísa Costa sempre foi apaixonada por produtos naturais. O problema é que em Engenheiro Beltrão, no Paraná, cidade onde mora, não havia sequer uma loja do segmento. Além de se frustrar como consumidora, seu radar empreendedor foi acionado: assim como ela, diversas pessoas (ou clientes potenciais), também gostariam de ter uma loja em sua cidade. Esse foi o gatilho para a vontade que se instalou: ter uma loja de produtos naturais. E o nome estava escolhido: Empório Dona Maria.
Sim, alguns manuais de empreendedorismo podem ensinar que antes de iniciar um negócio é preciso acumular capital – algo que faz todo sentido, aliás. Mas definitivamente não foi o caso de Laísa. “A ideia de abrir a loja foi repentina e eu estava totalmente zerada”, ela conta. Ainda assim, bateu na porta dos bancos atrás de crédito. “Quando eu não era rejeitada, as propostas que me ofereciam estavam fora da realidade. Um custo inicial alto demais e taxas de juros exorbitantes.”
Laísa Costa iniciou sua loja de produtos naturais com o crédito do FAMPE. — Foto: Acervo pessoal
Juros fecham a porta para os pequenos
De fato. O relatório Data Sebrae da pesquisa O Financiamento dos Pequenos Negócios no Brasil 2023, mostra que juros altos são maior queixa (25%) entre os pequenos empresários que solicitaram crédito ao banco no ano passado. Esse dado, aliás, ajuda a explicar a razão pela qual muitos empresários de pequeno porte (84%) sequer tentaram um empréstimo junto às instituições financeiras.
Valdir Oliveira, gerente da Unidade de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae Nacional, comenta o fato: “Muitos não procuram o crédito por entender que não terão acesso por conta das regras trabalhadas pelas instituições financeiras. A burocracia que precede a obtenção de crédito, juntamente com a fama das instituições financeiras de 'dar negativa', desestimula aqueles que não têm experiência bancária, além de não possuírem patrimônio para garantir suas operações."
O aval do Sebrae mudou tudo
Embora Laísa tenha sentido na pele o cenário desenhado por Valdir, ela não desistiu, e essa atitude fez com que hoje vivesse seu sonho. “Acessei o FAMPE, recebi todo apoio para conseguir a aprovação”, relata. O Fundo de Aval para os Pequenos Negócios (FAMPE), é um programa do Sebrae que fornece garantia complementar junto à instituição financeira na hora de solicitar crédito. Basicamente, o Sebrae avaliza o pedido do MEI, ME ou EPP, embora o banco ainda precise dar a palavra final. É como se a instituição estivesse do lado do telefone com o empresário esperando a boa notícia chegar.
Para Laísa, ter o dinheiro foi apenas o começo da história. Afinal, como diz o ditado: dinheiro na mão é vendaval. Sem saber onde, como, quando e no que gastar, as chances de arrumar um grande problema são enormes. E mais uma vez, o Sebrae estava ao lado da empreendedora por meio do programa de Crédito Assistido.
“Tão importante quanto conseguir o dinheiro foi contar com o apoio do Sebrae para me ensinar a gastá-lo. Entendi que deveria comprar com quem desse desconto no pagamento à vista, fui atrás de fornecedores que vendessem a prazo sem juros, aprendi a fazer o dinheiro virar capital para multiplicar meu negócio”, relata Laísa.
Sebrae avaliza os pequenos negócios e apoia o uso do crédito consciente
Dicas da Laísa
2. Tem um sonho e não tem dinheiro? Arrume os meios para fazer acontecer.
1. Tem dúvidas? Corra atrás das respostas com especialistas.
3. Crédito é para fazer ganhar dinheiro, não perder dinheiro.
4. Não existe retorno rápido. Mas ele chega.
Empreendedorismo “pé no chão”
Gilberto Resende modernizou sua cafeteria com o apoio do seu ALI e viu o faturamento aumentar. — Foto: Acervo pessoal
A vida do Gilberto Resende, de São Bento do Sul-SC, nunca foi fácil. Começou trabalhando na roça, ainda no Pará, e quando se mudou para a região Sul foi atuar no chão de fábrica. Por essa razão, talvez, o perfil empreendedor do Gilberto seja tão pé no chão: “Crédito a gente pede para o que precisa, nem mais, nem menos. Nunca usa para pagar dívidas. Sempre usa para fazer o negócio crescer”.
É claro que a vida não trouxe todos os aprendizados. Por isso mesmo, quando abriu seu café – a Resende Cafeteria –, percebeu que precisava de ajuda. Um Agente Local de Inovação (ALI) do Sebrae, que já sabia que Gilberto precisava de uma força, foi ao seu estabelecimento e uma parceria se estabeleceu.
Parceria com ALI
“O meu ALI pontuou que o visual da cafeteria estava meio caído, e que eu precisaria investir em mobiliário. Viu, também, que eu precisava de forno maior, já que produção de salgados estava baixa e que havia demanda reprimida. Depois, me apresentou ao FAMPE e começamos o processo. Quando o empréstimo foi aprovado, decidimos juntos como gastar”, relata Gilberto.
Valdir Oliveira lembra que essa relação de parceria é o segredo do crédito assistido. “O primeiro passo é dar consciência ao empresário, por isso é fundamental que ele conheça a realidade financeira da própria empresa. Conhecendo a sua necessidade de crédito, o conhecimento das opções ofertadas vai levá-lo a escolher aquela que melhor atende ao planejado. O crédito assistido será a intervenção que dará consciência e conhecimento para que o empreendedor tome a decisão correta”, comenta.
Todas as mudanças que vieram a partir dos investimentos foram altamente positivas. Com R$ 5 mil, a mágica realmente aconteceu. Mais clientes apareceram e voltaram, o faturamento aumentou e o visual deixou o local atrativo. A cereja do bolo, inclusive, foi a nova identidade de marca da empresa, também construída em parceria com o ALI. “Hoje, penso em um novo crédito assistido para melhorar ainda mais a experiência do meu cliente: quero climatizar o espaço porque o calor está demais! Tenho certeza de que assim a Cafeteria Resende será sucesso no inverno e no verão!”
Dicas do Gilberto
1. Pegue o crédito que você realmente precisa, nem mais, nem menos.
2. Não use crédito para pagar dívidas, aposte em renegociação.
3. Fique perto de pessoas de sucesso para aprender com elas.
4. Dinheiro precisa ter destino. Sempre.
Sebrae
INFOGRÁFICO
*O Data Sebrae mede e atualiza os dados do pequeno empreendedor regularmente. Quer saber mais sobre o cenário atual? Clique aqui.
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1. O financiamento é a melhor solução para o seu negócio? Então procure sua instituição financeira, atualize seu cadastro empresarial e veja se ela é conveniada ao Sebrae/FAMPE.
2.Converse com seu gerente PJ sobre a linha de financiamento mais adequada. Depois, crie seu plano de negócios ou proposta de crédito.
3. As garantias oferecidas pelo seu negócio não são suficientes? O Sebrae pode ser seu avalista no financiamento!
4. Apresente a proposta ao gerente e indique o interesse de usar o FAMPE como aval. Daí é aguardar a análise de crédito do seu banco!
5. Recursos liberados! Mantenha as prestações em dia para não negativar seu cadastro. Aproveite para se aprimorar na gestão dos seus recursos e voe alto com a sua empresa!
Fonte: FAMPE
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