A paulista Karina Maebayashi, de 19 anos, ainda não acreditou na notícia que recebeu na segunda-feira (18): ela foi aprovada no curso de medicina da Universidade de São Paulo (USP), pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada). Eram dez vagas para o campus de Ribeirão Preto, reservadas para candidatos que cursaram o ensino médio em escola pública – ela estudou no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia São Paulo (IFSP).
“Não caiu a ficha que fui aprovada. Talvez porque eu ainda esteja na maratona de vestibulares”, conta a jovem, que também busca uma vaga em medicina em outras seis faculdades: USP São Paulo (pela Fuvest), Unesp, Unifesp, Unicamp, Famema (Marília), e Famerp (São José do Rio Preto).
A preferência dela é ser aprovada na USP, no campus de São Paulo, ou na Unifesp. “São as mais próximas de casa. Ribeirão Preto é muito longe, mas acho que se eu só passar lá, vou cursar mesmo assim”, diz.
Karina fez 840 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e estava em oitavo lugar na parcial divulgada no Sisu. “Eu olhava todos os dias para saber se ainda estava entre os dez selecionados. Fiquei apreensiva”, conta.
Ela havia feito um ano de cursinho pré-vestibular enquanto estava no ensino médio. Em 2015, dedicou-se exclusivamente aos estudos no Etapa para conseguir a vaga.
“Sempre quis medicina. Quando terminei a escola, comecei a achar que seria muito difícil. Cheguei a visitar a Poli (faculdade de engenharia da USP) e pensei também em biomedicina”, afirma. “Mas decidi que era medicina mesmo. Gosto de ajudar as pessoas e de estudar biologia.”
A rotina de estudos de Karina era intensa: ela passava as manhãs e as tardes no cursinho e, à noite, revisava os conteúdos. Como dica aos candidatos que estão tentando ser aprovados na mesma carreira, ela diz que é preciso manter o foco. “Saber escolher o que estudar é importante. A gente precisa entender que não dá para estudar tudo”, conta.
A jovem também considera essencial treinar a escrita de textos. Nesta parte do Enem, Karina tirou 940. “Fiz simulados e me matriculei em um curso de 3 meses só de aulas de redação. É importante saber português”, diz.
Mesmo já tendo a vaga garantida em Ribeirão Preto, Karina ainda está cansada de fazer as provas de vestibulares. Depois de um ano de sacrifícios, recusando convites de amigas para sair, ela espera passar uma temporada na casa de sua avó, no Morumbi, zona sul de São Paulo. “Preciso relaxar e ficar com a família”, afirma.