29/03/2016 09h51 - Atualizado em 29/03/2016 09h56

Intenção de financiamento atinge o menor patamar desde 2012

Cai proporção de consumidores que pretendem contrair empréstimos.
Queda vem de desemprego, inflação e incertezas, diz FecomercioSP.

Do G1, em São Paulo

A intenção das famílias paulistanas de tomar empréstimos em março registrou 15,5 pontos, o menor resultado desde 2012, segundo Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento, da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

"O recuo em março foi resultado da queda da proporção de consumidores que pretendem contrair empréstimos nos próximos três meses, que passou de 9,9% em fevereiro para 7,5% no mês", informa a Fecomercio.

Em relação a março de 2015, a retração do indicador que mede a intenção de endividamento foi de 38,7% - naquele mês, 12,3% dos entrevistados tinham intenção de se endividar nos meses seguintes.

O Índice de Segurança de Crédito, que mede a capacidade do consumidor de pagar dívidas, também registrou queda (-2,8%) na comparação com fevereiro e passou de 84 para 81,6 pontos em março. Em relação ao mesmo período do ano anterior, a retração foi de 1,7%. Entre os endividados, a queda mensal foi de 1,5%, enquanto entre os não endividados o índice recuou 3%. No comparativo anual, o índice de segurança de crédito dos endividados caiu 6%, enquanto o dos não endividados aumentou 5,9%.

Segundo a FecomercioSP, a queda na intenção de financiamento foi causada pelo receio das famílias em comprometer suas finanças a longo prazo diante de um cenário de aumento do desemprego, inflação elevada e incertezas econômicas e políticas. Ao mesmo tempo, houve redução da segurança de crédito após dois meses de melhora, indicando menor capacidade das famílias de poupar.

Aplicações
A poupança se manteve como a preferida da maioria dos entrevistados, porém, ainda tem perdido espaço relativo para renda fixa, fato que tende a se acentuar em 2016 em razão da inflação e da taxa Selic elevadas. O porcentual de entrevistados que têm como principal aplicação a poupança passou de 70,2% em fevereiro para 69,1% em março, enquanto no mesmo período de 2015 o número era de 76,9%.

Segundo a Fecomercio, a tendência é de que, enquanto os juros se mantiverem muito altos, haja migração para aplicações de renda fixa. A opção pela renda fixa passou de 18,6% em fevereiro para 18,8% em março. Em março do ano passado, a aplicação era a principal opção de apenas 10,4% dos paulistanos.

A proporção de entrevistados cuja principal aplicação é a previdência privada subiu 0,7 ponto porcentual e passou de 6,6% em fevereiro para 7,3% em março. Em relação ao mesmo mês de 2015, a previdência teve alta de três pontos porcentuais - de 4,3% para 7,3%.

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