Cédulas de dólar — Foto: Pexels
O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (28), após passar boa parte da sessão oscilando entre altas e baixas. Entre os destaques, investidores começam a semana avaliando o resultado das eleições municipais e na expectativa pelo pacote de cortes prometido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Na semana, uma série de indicadores de atividade e emprego no Brasil e no exterior ficam no radar, bem como a continuidade da temporada de balanços referentes ao terceiro trimestre do ano.
Nos Estados Unidos, o foco fica com os novos dados de emprego e inflação, que devem dar novos sinais sobre quais devem ser os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na condução dos juros do país.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
O dólar teve alta de 0,06%, cotado a R$ 5,7082. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
- alta de 0,06% na semana;
- avanço de 4,80% no mês;
- ganho de 17,63% no ano.
Na última sexta-feira, a moeda subiu 0,74%, cotada a R$ 5,7046.
Ibovespa
O Ibovespa fechou em alta de 1,02%, aos 131.213 pontos.
Com o resultado, acumulou:
- alta de 1,02% na semana;
- perdas de 0,46% no mês;
- recuo de 2,22% no ano.
Na véspera, o índice encerrou em queda de 0,13%, aos 129.893 pontos.
O que está mexendo com os mercados?
Os investidores começaram esta segunda-feira (28) de olho no noticiário local e doméstico, dando início a uma semana movimentada para o mercado financeiro.
Por aqui, o foco ficou direcionado para o resultado das eleições municipais de 2024. No domingo (27), 51 municípios brasileiros tiveram 2º turno para escolher prefeitos para os próximos quatro anos.
A votação de domingo deixou em evidência a potência de partidos de centro e centro-direita, e revelou uma polarização mais enfraquecida — em que tanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se mostraram pouco eficazes como padrinhos de candidatos.
O PSD, presidido por Gilberto Kassab, é o partido que vai liderar a maior parte da população do país a partir de 2025.
Além disso, os investidores também seguem na expectativa pela divulgação de um novo pacote de cortes. Nas últimas semanas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou que a equipe econômica poderia lançar novas medidas estruturais para reduzir os gastos públicos após as eleições municipais.
A equipe econômica vem sendo pressionada a adotar iniciativas pelo lado das despesas. O tema também tem sido abordado frequentemente pelo Banco Central do Brasil (BC) como fator de influência na política monetária.
Nesta segunda-feira, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, voltou a afirmar que se o Brasil quiser ter juros estruturalmente mais baixos, precisará apresentar medidas que sejam interpretadas como um choque fiscal positivo. As falas aconteceram em uma reunião com investidores realizada pelo Deutsche Bank, em Londres.
Com o cenário de juros no radar, investidores ainda devem monitorar uma série de indicadores previstos para esta semana, com destaque para os novos dados de emprego e do setor público consolidado.
Nesta segunda-feira, o relatório Focus do BC, que reúne as estimativas do mercado financeiro para a economia, indicou uma nova elevação da projeção de inflação para este ano, no 4º avanço seguido. A previsão passou de 4,50% na semana passada para 4,55% nesta semana, ficando acima do teto da meta.
Já no exterior, a corrida presidencial norte-americana continua no foco, bem como a temporada de balanços corporativos e a agenda de indicadores dos Estados Unidos — que promete novos dados de emprego, inflação e atividade na maior economia do mundo.
Essas informações devem ser observadas de perto pelo mercado, que continua buscando novos indícios sobre quais devem ser os próximos passos do Fed na condução dos juros do país.
A política monetária na Europa e os desdobramentos do conflito no Oriente Médio também ficam no radar.
*Com informações da agência de notícias Reuters