08/05/2013 19h47 - Atualizado em 09/05/2013 10h08

'A coisa está complicada', diz Renan Calheiros sobre reforma do ICMS

Presidente do Senado Federal se reuniu com ministro Guido Mantega.
'Proposta aprovada parece não atender aos variados interesses', declarou.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, declarou nesta quarta-feira (8) que a proposta que foi aprovada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) sobre o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) interestadual "parece não atender aos variados interesses e isso dificulta sua tramitação". E emendou: "a coisa está complicada (...) Chega um momento que o mais conveniente é parar um pouco para conversar melhor".

O que é a reforma do ICMS

O ICMS é um tributo cobrado pelos estados quando ocorre a circulação de mercadorias nas operações internas dos estados e quando o produto passa de um estado para outro. Atualmente, há duas alíquotas: de 12% e 7%. O objetivo das alterações no ICMS, em discussão no Congresso Nacional, é simplificar o sistema tributário brasileiro para atrair mais investimentos para o país, além de acabar com a chamada “guerra fiscal” entre os estados. Leia mais

 A CAE do Senado concluiu nesta terça-feira (7) a votação do projeto que prevê a unificação gradual das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Na sessão, a comissão analisou 14 propostas de emendas ao texto original, que já tinha sido aprovado na comissão.

O novo texto mantém alíquota de 12% no ICMS para a Zona Franca de Manaus e estende para todos os produtos do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Espírito Santo a alíquota de 7% para todos os produtos (não somente os industrializados, conforme havia sido acordado com a área econômica do governo federal), o que gerou reclamações por parte do Ministério da Fazenda, que ficou de avaliar as mudanças. A proposta segue para apreciação do plenário do Senado.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quarta-feira que a proposta de mudança nas alíquotas do ICMS pode "aumentar a guerra fiscal". Ele disse que o projeto é "inconcebível" e pode desestruturar a indústria paulista e de estados do Sul do país.

Já o prefeito de Manaus, Artur Neto, considera que a votação no plenário do Senado Federal será o grande desafio para a manutenção da alíquota de 12% do ICMS para o Polo Industrial da capital amazonense. "Temos que destruir mitos. Não podemos ser considerados vilões sempre. É preciso que se mostre ao país que somos pequenos perto do poderio de São Paulo. Eles detém 34% do Produto Interno Bruto do país, enquanto nós pouco mais de 1%. Para ele, essa é uma situação menor, já, para o Amazonas, é uma questão de vida ou morte", disse ele.

 

 

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