Um dia depois de colocar a nota de crédito soberano do Brasil em revisão para um possível rebaixamento e de cortar as notas da Petrobras pela 3ª vez no ano, a agência de classificação de risco Moody's informou nesta quinta-feira (10) que mudou a perspectiva de empresas brasileiras.
As notas da Gerdau e da Embraer foram colocadas em revisão para possível rebaixamento. A agência mudou a perspectiva para negativa, ante estável. A Moody's, também colocou o rating da Odebrecht, da Telefonica, da Cielo, da Votorantim e da BRF em revisão para rebaixamento.
A mudança de perspectiva refletem a decisão da agência na quarta de colocar o rating soberano do Brasil em avaliação negativa para rebaixamento.
"A Embraer tem estreitas ligações com o governo federal brasileiro, mas sua significativa diversidade de receitas, liquidez adequada e exposição limitada à desvalorização da moeda local superam sua exposição à deterioração soberana no curto prazo", disse a analista sênior e vice-presidente da Moody's Cristiane Spercel em nota.
Sobre a Gerdau, a vice-presidente e diretora de crédito da Moody's, Barbara Mattos, disse que a mudança reflete, além da previsão da nota do Brasil, "as continuadas fraquezas da indústria siderúrgica no Brasil, um mercado-chave para a empresa".
Sobre a Odebrecht, a analista Cristiane Spercel afirmou que a empresa tem "forte ligação com o governo federal e uma significante diversificação de receita, e que uma exposição limitada à desvalorização do real pode não tirar a empresa da exposição à deterioração de sua nota no curto prazo".
A nota da Telefonica, de Baa2, foi colocada em revisão para possível novo rebaixamento. O mesmo aconteceu com a Cielo e com a Globo Comunicacão e Participacões. "A revisão será focada no resultado da revisão do rating soberano do Brasil, a correlação da empresa com a economia do Brasil e seus impactos nos indicadores da empresa", disse o analista da Moody's Marcos Schmidt sobre as empresas. A Moody's também colocou em revisão o rating da BM&F Bovespa.
Vale
A Moody's informou também nesta quinta que decidiu cortar a nota da Vale de Baa2 para Baa3, último degrau dentro do grau de investimento pela agência. A perspectiva continua negativa, ou seja, com previsão para um possível novo rebaixamento.
Bancos
A Moody's divulgou uma lista de instituições financeiras que tiveram suas notas colocadas em revisão para possível rebaixamento. São elas:
- Itaú Unibanco S.A.
- Itaú Unibanco Holding S.A.
- Banco Bradesco S.A.
- Banco do Brasil S.A.
- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social -- BNDES
- Caixa Economica Federal
- Banco Santander (Brasil) S.A.
- Banco Safra S.A.
- HSBC Bank Brasil S.A.-- Banco Múltiplo
- Banco Citibank S.A.
- ING Bank N.V. -- São Paulo
- Banco Mizuho do Brasil S.A.
- Banco Alfa de Investimento S.A.
- Banco ABC Brasil S.A.
- Banco Daycoval S.A.
- Banco BBM S.A.
- China Construction Bank (Brasil) S.A.
- Banco Pan
- Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais S.A (BDMG)
- Agência de Fomento do Paraná S.A (Fomento Paraná)
- Agência de Fomento do Estado de São Paulo S.A (Desenvolve SP)
Também foram colocadas em perspectiva negativa as notas de quatro seguradoras - ACE Seguradora (nota Baa2), Chubb do Brasil Companhia de Seguros (nota Baa2), Swiss Re Corporate Solutions Brasil Seguros (nota Baa2) e Munich Re do Brasil Resseguradora (Baa1).