24/05/2016 10h16 - Atualizado em 24/05/2016 16h39

Bolsa tem dia instável com votação de meta fiscal e anúncio de medidas

Ações do BB caem após governo propor extinção do fundo soberano.
No mês de maio, a bolsa recua 9,8%.

Do G1, em São Paulo

A Bovespa opera sem rumo definido nesta terça-feira (24), após o anúncio de medidas econômicas pelo governo Temer, e com investidores à espera de votação no Congresso Nacional para alterar a meta fiscal de 2016, tendo como pano de fundo o quadro externo favorável. A alta, após sete pregões seguidos no vermelho, encontra suporte ainda no cenário externo mais favorável.

Às 16h37, o Ibovespa, principal indicador da bolsa, subia 0,19%, a 49.424 pontos. Veja a cotação.

 

A alta das ações da Petrobras perdeu força, com o índice já pressionado pela queda pelos papéis do Banco do Brasil diante da possibilidade de extinção do Fundo Soberano, proposto pelo presidente em exercício, Michel Temer.

As ações preferenciais da Petrobras suibiam menos de 1%, com expectativas ligadas ao governo e no avanço dos preços do petróleo.

Após reunião do Conselho de Administração da empresa na véspera, uma fonte próxima da situação disse à Reuters que o colegiado deverá aprovar Pedro Parente para a presidência-executiva da estatal ainda nesta semana, após seu nome passar por teste de integridade, e o atual diretor-financeiro da companhia, Ivan Monteiro, deverá permanecer no cargo.

Banco do Brasil cai 5%
Na outra ponta, as ações do Banco do Brasil eram destaque de queda, perdendo mais de 5%, diante da possibilidade de extinção do Fundo Soberano brasileiro, que detêm um volume razoável de papéis do banco estatal, segundo a Reuters.

Temer afirmou nesta terça que o governo possivelmente extinguirá o fundo soberano e trará patrimônio de cerca de R$ 2 bilhões do fundo para reduzir a dívida pública. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse em seguida que a extinção do fundo será imediata e que significa venda das ações do BB, mas que o processo será cuidadosamente avaliado.

Bolsa nesta terça

Mercado reage ao anúncio de medidas econômicas

Investidores aguardam votação da meta fiscal no Congresso

Cenário externo favorável ajuda os negócios

Ações da Petrobras passaram a cair

Ações do Banco do Brasil despencam, com possível fim do fundo soberano

Medidas econômicas
A primeira medida anunciada por Temer foi a proposta de devolução, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de pelo menos R$ 100 bilhões em recursos repassados pelo Tesouro Nacional nos últimos anos que, no total, somam mais de R$ 500 bilhões.

Outra medida anunciada por Temer é a proposta de adoção de um teto para os gastos públicos, proposta semelhante à que foi feita pela equipe econômica da presidente afastada Dilma Rousseff.

Meta fiscal
Temer abriu apresentação das medidas econômicas destacando a importância da aprovação da mudança da meta fiscal, que será o primeiro teste do governo interino, e destacou a necessidade de se "trabalhar pelo chamado bem comum". A proposta de revisão da meta fiscal de 2016 prevê um déficit (despesas maiores do que receitas) das contas públicas de até R$ 170,5 bilhões.

Na visão da equipe da CM Capital Markets, segundo a Reuters, a votação do projeto de lei que altera a meta fiscal servirá como parâmetro sobre a base aliada para as próximas votações.

Para o gestor Marco Tulli Siqueira, da mesa de operações de Bovespa da Coinvalores, a trégua na bolsa encontrava suporte na exoneração do ministro do Planejamento, Romero Jucá, combinada com manutenção da votação da meta e anúncio de medidas nesta sessão.

Agentes financeiros entenderam que o governo agiu rápido no caso envolvendo Romero Jucá, no que foi considerada a sua primeira crise, embora ainda persistam dúvidas sobre o efeito da notícia no apoio ao governo de Michel Temer, segundo a Reuters. A saída de Jucá ocorreu após a divulgação de conversa gravada sobre a operação Lava Jato.

Véspera
A Bovespa fechou em queda nesta segunda-feira (23), fechando cinco pregões seguidos no vermelho e diante da repercussão da divulgação de conversa gravada do ministro do Planejamento, Romero Jucá, na qual ele sugere que uma troca no governo federal resultaria em 'pacto' para frear os avanços da operação Lava Jato.

O Ibovespa caiu 0,79%, aos 49.330 pontos. No mês de maio, a bolsa recua 9,8%. Em 2016, acumula valorização de 13,7%.

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