O dólar fechou em queda em relação ao real nesta quarta-feira (9), abaixo de R$ 3,70, e voltou a terminar o dia no menor valor do ano, dando continuidade ao viés de queda visto recentemente em meio à alta dos preços do petróleo, à atuação do Banco Central e ao cenário político brasileiro.
A moeda norte-americana fechou em queda de 1,12%, a R$ 3,697, retornando ao patamar de novembro do ano passado. Veja a cotação do dólar hoje.
Nesta quarta, a moeda norte-americana atingiu R$ 3,6842 na mínima da sessão e R$ 3,7515 na máxima.
A última vez que o dólar tinha fechado abaixo de R$ 3,70 foi no dia 20 de novembro, quando terminou o dia cotado a R$ 3,697 - cotação idêntica a do encerramento desta quarta e a menor desde 1º de setembro de 2015, quando a divisa fechou a R$ 3,688.
Na semana e no mês, o dólar acumula queda de 1,7% e 7,66%, respectivamente. No ano, há desvalorização de 6,36%.
Acompanhe a cotação ao longo do dia:
Às 9h09, queda de 0,04%, a R$ 3,7372
Às 9h40, queda de 0,34%, a R$ 3,7262
Às 10h30, queda de 0,42%, a R$ 3,7261
Às 11h, queda de 0,6%, a R$ 3,7162
Às 11h30, queda de 0,74%, a R$ 3,7111
Às 12h, queda de 1,06%, a R$ 3,6993.
Às 12h45, queda de 1,19%, a R$ 3,6944.
Às 13h12, queda de 1,29%, a R$ 3,6907.
Às 14h, queda de 1,16%, a R$ 3,6954
Cenário externo e doméstico
A alta dos preços do petróleo trouxe fôlego adicional ao bom humor que vem permeando os mercados domésticos nas últimas sessões. Nos EUA, o barril fechou em alta de mais de 4%. A commodity foi influenciada por expectativas de que os principais produtores do mundo podem acertar ainda neste mês o congelamento da produção, destaca a agência Reuters.
O tom positivo, no geral, tem predominado no mercado doméstico conforme cresce a percepção de que os escândalos de corrupção no âmbito da operação Lava Jato estariam elevando a chance de a presidente Dilma Rousseff não concluir seu mandato.
O tema impeachment voltou a crescer recentemente à medida que as investigações de corrupção no Brasil se aproximaram do governo, sobretudo após a operação Lava Jato ter chegado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no fim da semana passada.
"Essa trajetória de queda do dólar nos últimos dias não está dando sinais de perder força", disse à Reuters o operador Glauber Romano, da corretora Intercam.
Atuação do BC
A atuação do BC também ajudava a trazer alívio ao mercado de câmbio, após anúncio de leilão de venda de até 2 bilhões de dólares com compromisso de recompra para esta tarde reforçar que a autoridade monetária está pronta para corrigir exageros.
"O BC deixou claro que está atento. Só essa indicação já faz efeito no mercado", disse à Reuters o gerente de derivativos de uma gestora de recursos nacional.
Pela manhã, o BC promoveu mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem no próximo mês, vendendo a oferta total de 9,6 mil contratos. Ao todo, a autoridade monetária já rolou US$ 3,195 bilhões, ou cerca de 32% do lote total, que equivale a US$ 10,092 bilhões.
O Banco Central informou nesta quarta que a retirada de dólares da economia brasileira superou a entrada em US$ 9,29 bilhões em fevereiro. Foi a maior saída líquida de dólares do país desde dezembro de 2014 (US$ 14,05 bilhões), ou seja, em 14 meses.
A queda do dólar no último mês permitiu o BC registrar em fevereiro lucro de R$ 11,71 bilhões com as operações de intervenção no câmbio conhecidas como "swaps cambiais", que equivalem a venda de moeda estrangeira no mercado futuro.