Arroz — Foto: Reprodução/Freepik
O governo diminuiu em 100 mil toneladas (-0,9%) a sua projeção para a colheita de arroz em relação às previsões realizadas em maio. Com isso, a colheita deve atingir 10,395 milhões de toneladas, mostram dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgados nesta quinta-feira (13).
A queda ocorre após as enchentes no Rio Grande do Sul, que responde por 70% da produção nacional do grão.
Apesar disso, os agricultores brasileiros vão colher 364 mil toneladas a mais de arroz (+3,6%) nesta safra em comparação com o ano passado.
Os principais estados que vão fornecer o alimento para o Brasil nesta temporada são:
- Rio Grande do Sul: 7,083 milhões de toneladas;
- Santa Catarina: 1,138 milhões de toneladas;
- Tocantins: 632 mil toneladas;
- Mato Grosso: 336 mil toneladas.
Enquanto a colheita deve ser de 10,3 milhões, o consumo dos brasileiros deve chegar a 11 milhões. Essa demanda é suprida por importações e por estoques que sobram de colheitas anteriores.
Somando a produção nacional, com os estoques e o volume de importação – e excluindo o que será exportado – o Brasil deve ter, nesta safra, 13,1 milhões de toneladas de arroz para suprir um consumo interno de 11 milhões.
Os dados de consumo e oferta são:
- Estoque da colheita anterior: 1,787 milhões de toneladas;
- Produção: 10,395 milhões de toneladas;
- Importação: 2,200 milhões de toneladas;
- Exportação: 1,200 milhões de toneladas;
- Consumo: 11,000 milhões.
Leilões
Por causa das inundações no RS, o governo federal anunciou, no início de maio, que iria importar arroz para compensar perdas provocadas pela tragédia e evitar especulação no preço do grão, que subiu mais de 20% em um ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Desde que anunciou essa medida, a União teve um leilão suspenso, no dia 21 de maio, e derrubou oito liminares para conseguir realizar o segundo, no último dia 6, que acabou sendo anulado, após indícios de incapacidade técnica e financeira de algumas empresas vencedoras.
Entre elas, estavam uma loja de queijos, uma fábrica de sucos e uma locadora de veículos e máquinas. Por não serem do ramo de arroz ou de importação, analistas de mercado avaliaram que a operação podia ter problemas. Essas empresas receberiam recursos do governo para importar e entregariam o produto em unidades da Conab.
O evento também foi criticado pelo fato de um ex-assessor parlamentar do secretário de Política Agrícola, Neri Geller, ter intermediado a venda de 44% de arroz no leilão. Por causa disso, Geller foi exonerado pelo governo (entenda aqui).
A Conab pediu à Controladoria-Geral da União (CGU) e à Polícia Federal uma análise de todo o processo envolvendo o leilão.